Na contabilidade, chamamos de Depreciação o registro mensal do valor decorrente do uso/desgaste das máquinas, equipamentos, veículos, móveis etc. Ela varia de acordo com a maior ou menor vida útil dos bens (previsto em lei).

Imagine que você abriu uma transportadora e adquiriu à vista, no inicio das operações, 10 caminhões novos e nos anos seguintes continuou adquirindo 10 novos caminhões (por ano). Pois bem, ao final dos primeiros 5 anos, a contabilidade vai registrar nos Ativos a existência, a valor histórico, dos 10 primeiros veículos e na conta de Fundo para Depreciação o mesmo valor (5 anos x 20% a.a.=100%). Portanto, aqueles 10 primeiros caminhões constam como zero, porque totalmente depreciados.

Contudo, esta é uma despesa especial, porque não implica na saída de numerário do caixa para pagá-la. Então, teoricamente seu caixa foi acrescido desse montante (valor da depreciação). A atitude correta, de um bom administrador, é aplicar, todo o mês, numa conta de investimento financeiro, o valor da depreciação registrada na contabilidade, para que na hora da reposição deles, haja dinheiro para tanto.

Digamos que você decide vender aqueles 10 caminhões, agora usados. Ocorre que o valor residual de mercado é expressivo e em geral reflete a inflação do período de vida útil deles. Imagine que você quer repor a sua frota e para tanto decide utilizar os seguintes fundos/recursos:  A-O valor da depreciação destes caminhões, que está no seu caixa; B-Mais o valor residual de venda dos veículos usados e assim compra 10 novos caminhões, sem ter que dispor de novos recursos. E assim por diante, nos anos seguintes.

Resumindo: 1.-Você reconstituiu sua frota de caminhões; 2.-Não teve lucros nem perdas com a substituição de veículos usados por novos; 3.-O legislador foi sábio e justo, pois a metodologia criada não beneficia nem prejudica as firmas.

A realidade, no entanto, na maioria das empresas, é que os empresários se utilizam do valor da depreciação mensal no giro dos negócios e na hora de substituir os bens, o dinheiro da depreciação já não existe mais.

O ideal seria que tanto empresários como administradores, se habituassem a olhar seus balancetes contábeis mensais; anotar o valor que está registrado na conta Fundo para Depreciação; procurar encontrar, nas suas reservas financeiras, o mesmo valor. Este é o procedimento correto/ideal! Se as empresas estão agindo de forma diferente, quando chegar a hora de repor seus ativos, ou substituí-los por outros mais modernos ou eficientes, então elas terão de recorrer a operações financeiras e absorver os respectivos custos monetários.

Espero que, de alguma forma, a exposição acima possa ajudar nossos gestores e empresários a administrar adequadamente seus ativos fixos, sem incorrer em equívocos nem em custos financeiros desnecessários, já que as regras do jogo estão claras e permanecem inalteradas. Penalizar nossas organizações por uma visão deficiente da gerência seria algo descabido e impróprio, na atual conjuntura.

Texto: Humberto Lago/Consultor Empresarial

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