piloto-sequestrado-capaO piloto Paulo Cézar Bertocini, de 30 anos, conta as horas para reencontrar a família dele, após ter sido sequestrado por 16 dias de Mato Grosso para a Bolívia. Segundo declaração do próprio piloto, ele se preparava para viajar na aeronave dele, um monomotor modelo Cessna 206, no dia 1º de dezembro, na pista do aeroporto de Juína, a 737 km de Cuiabá. Dois homens se aproximaram e o renderam, exigindo que entrasse na aeronave.

No dia do crime, ele chegou cedo ao aeroporto para levar um grupo de pessoas para Cuiabá, porém, foi abordado por um dos homens armados, que o obrigou a ligar o avião e iniciar o voo. “Eu estava de costas na porta do avião e dois caras apareceram. Eles anunciaram o assalto e queriam que eu entrasse no avião. Eu disse que não era piloto, mas eles insistiram e me renderam”, relatou.

Paulo contou à polícia que foi obrigado a pilotar o avião até chegar na Bolívia. Ele comenta que os assaltantes eram brasileiros e demonstravam experiência naquilo que estavam fazendo. “Não me agrediram nem usaram algum tipo de violência, apenas disseram para que eu ficasse tranquilo que iriam me liberar e trazer para o Brasil”, contou Paulo.

Ainda conforme declaração do piloto, ele ficou sob cárcere privado até o final da tarde desta terça-feira (17), quando os assaltantes o liberaram na cidade de Santa Cruz de La Sierra. Ele diz que viu a negociação e venda da aeronave para outro grupo de pessoas, que levou o avião.

No primeiro dia de sequestro, Paulo diz que os assaltantes oferecem a ele uma sopa de bananas. Nos outros dias ele recebia a refeição do almoço ou comida enlatada misturada com farinha. O piloto e o grupo ficavam em regiões de fazendas, montavam acampamentos em locais isolados e logo saíam no dia seguinte para procurar outro local.

Qualquer tipo de barulho ou movimentação fazia com que os assaltantes se escondessem em matas fechadas.“Eles me liberaram, deram meu celular, dinheiro boliviano e dólares para que eu me virasse sozinho. Me disseram para não tentar nada porque senão sobraria pra mim”, disse. Paulo diz que procurou ajuda e conseguiu ligar para a família e amigos.

Após fazer contato com a família, equipes da Gerência de Combate do Crime Organizado (GCCO) e do Grupamento Especial de Fronteira (Gefron) iniciaram uma mobilização para trazer o piloto de volta ao Brasil. Um comboio da Força Especial de Luta de Combate ao Narcotráfico (Felcon) entregou o brasileiro para a polícia brasileira, que o escoltou até Cuiabá.

O piloto viaja de volta para Juína, onde deve rever a família e prestar depoimento à Polícia Civil. A aeronave não foi recuperada e nenhum suspeito foi detido.

 

Matéria: G1/MT

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