ivanir-aguiar-222122-300x265“A quem como eu”

Faço minha as palavras do meu irmão de alma Iberê Barroso, publicitário, jornalista e escritor, que está emprestando seu admirável talento lá pelas bandas de Palmas, no Tocantins.

“A idade avançada não é a razão para perder a vontade de vencer e se realizar na vida. Pelo contrário, é sempre, uma oportunidade de recomeçarmos”

O que é a vida senão uma ousadia constante de começos e recomeços? Felizes os que, dependendo das circunstâncias, conseguem administrar essas mutações com fibra, entusiasmo, tenacidade e bom senso.

Na minha maneira de pensar e, assim penso, por ser objeto intrínseco do fato, fator idade não deve ter a menor influência nos começos e recomeços, desde que saibamos administrar com o mais amplo equilíbrio o número de anos cronologicamente vividos. Evidentemente que ao sexagenário, quase septuagenário ou mais, sobram experiências e faltam o viço e o vigor da juventude. Para isso, não existem idades limites.

Ter ideais vividos e pulsantes, crença em uma corrente religiosa sem fanatismos nem obcecações, capacidade racional independente de quantos anos tenhamos.

Existem também características auxiliares que são demais importantes. Willian Shakespeare dizia com muita propriedade que “se ensinarmos o homem a morrer, ensinálo-emos a viver”. As pessoas precisam acabar com a paranóia da “velhicineira”-simbiose de velhice com asneira – repudiar a morte, vez que ela é inevitável, conseqüência natural da vida. Quem escapa do término material do existir? Devemos sim, buscar meios e modos de nos depurarmos de certas imperfeições, porquanto estamos num trânsito de expiação.

Malquerer, ambição desmedida, desrespeito aos semelhantes e a família, enriquecimento ilícito, prepotência, arrogância e outras mazelas só pesam contra quem as abriga.

Minha vida – e não cito minha existência com a tola pretensão de inefabilidade – sempre foi de começos e recomeços, de tombos e levantes, dos quais guardo a mais terna lembrança, todo sempre deixando um residual de aprendizado importantíssimo. Em paralelo, sempre busquei valer-me dos erros eventuais para corrigir-me. Ainda tenho um saldo credor estimulante.

Não sei exatamente quando esta minha mísera carcaça repousará em uma gostosa sombra de um arvoredo, no campo Santo do Cristo Rei, ao lado de minha mãezinha querida, mas quando isto acontecer, depois de meu féretro dar uma volta por Vilhena e, se possível, com uma bandeira (mesmo pequena) do Flamengo e o estandarte da Academia Vilhenense de Letras (que tenho muita honra de pertencer), por sobre o meu esquife, podem ter certeza de que estarei muito bem, sem que se esqueçam de uns dois ou três maços de “Free” lá dentro, pois, não sei o tempo de viagem e nem onde estarei.

De qualquer forma, estarei marcando compasso com os dedinhos, batendo pesinho numa música de Roberto, nos sambas do Cartola, de Nelson Cavaquinho e, ainda, ouvindo a voz do meu filho, cantando aquela música dedicada a Vilhena e a musica “PAI” (Fábio Junior). Calma gente! Esta não é uma matéria de despedida, para desespero de alguns! Ainda vou durar um bom par de anos, sendo como sou se Deus assim o permitir. Acredito que não terminei minha missão por aqui, e não pretendo tão cedo me chamar saudade. – Tenho dito.

Ivanir Aguiar é jornalista e membro da Academia Vilhenense de Letras.

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