O Grupo Energisa assumiu nesta terça-feira (30) o controle da Eletrobras Distribuição Rondônia adquirida em leilão realizado pelo BNDES, em agosto deste ano.

Com a aquisição da concessionária, a Energisa, que já atende a 6,7 milhões de clientes em todo o Brasil, passa a atender mais 633 mil clientes, em 52 municípios do estado e em uma área de 238 mil km².

O novo diretor-presidente da empresa, André Theobald, explica que as prioridades serão a retomada da sustentabilidade da concessão, a melhoria da qualidade dos serviços, o atendimento às regiões ainda não plenamente atendidas, a redução do furto de energia e a modicidade tarifária.

“A situação da Ceron hoje é muito crítica, e os riscos para o atendimento aos clientes são reais. A energia elétrica é um bem essencial na vida das pessoas e, por isso, a nossa prioridade inicial é assegurar a continuidade dos serviços a toda população de Rondônia. O objetivo do nosso trabalho será entregar uma energia segura e de qualidade ao estado e colocar a distribuidora entre as melhores do país. Dessa forma, confiamos que iremos contribuir para o desenvolvimento econômico e social do estado, a exemplo do que já fazemos em outras regiões do país onde atuamos”, afirma André.

Em 2019, a Energisa planeja investir no estado, aproximadamente, R$ 470 milhões, visando a melhoria da qualidade dos serviços e do atendimento para os consumidores e a expansão do sistema elétrico. Esse montante é mais que o dobro do investido pela Ceron em 2017 e quase o triplo dos anos anteriores.

Os aportes incluem, por exemplo, a expansão do sistema de distribuição para as regiões atendidas pelo sistema isolado, a ampliação e modernização dos sistemas, a construção de novas subestações, a capacitação de equipes, a ampliação do atendimento e da logística na região e a melhoria dos canais de atendimento ao cliente.

“A Ceron ocupa hoje a 59ª posição no ranking de qualidade da agência reguladora, entre 62 empresas. Uma das razões que levou a essa situação foi o baixo investimento na empresa nos últimos anos, o que comprometeu, de forma significativa, a qualidade dos serviços e a expansão do sistema elétrico. Os investimentos que faremos irão recuperar a capacidade da empresa de atender aos clientes com eficiência e qualidade. Para isso, daremos prioridade ao trabalho realizado, diariamente, pelas equipes que ficam na linha de frente dos serviços em campo, nas ruas, atendendo às ocorrências. Daremos todas as condições e equipamentos necessários, inclusive com novas tecnologias e soluções, para que eles desenvolvam o melhor trabalho. Investiremos em inovações que irão otimizar e modernizar o dia a dia de atendimento destas equipes, com impacto direto na satisfação dos clientes”, prevê o executivo.

Para melhorar a saúde financeira da concessionária e regularizar dívidas, a Energisa já aportou cerca de R$ 254 milhões na distribuidora de Rondônia, num aumento de capital que poderá alcançar R$ 282 milhões, caso empregados optem por participar dessa capitalização. Também serão adiantados recursos, pela holding do Grupo Energisa, de até R$ 1,2 bilhão para pagamento de dívidas com fornecedores, principalmente referente à compra de energia pendente na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) desde setembro de 2016.

A Ceron, nos últimos três anos, acumulou R$ 4,1 bilhões em prejuízos (posição em junho de 2018) e possui uma dívida, após capitalização realizada pela Eletrobras, prevista no processo de privatização, de R$ 2 bilhões, incluindo fornecedores.

Segundo o novo diretor-presidente da Ceron, os investimentos e aportes financeiros permitirão uma série de mudanças que irão recuperar a saúde financeira e operacional da distribuidora, a exemplo do que foi feito com concessionárias adquiridas pelo Grupo Energisa nos últimos anos, tanto em processos de privatização como de recuperação judicial, como as concessões de Mato Grosso e do Tocantins. Em três anos, elas se tornaram as melhores de suas regiões, deixando para trás um histórico de constantes problemas. “Queremos replicar, na Ceron, nosso modelo de operação e gestão, que acreditamos ser muito bem-sucedido. Nossa experiência certamente será fundamental para reverter a situação da distribuidora e transformá-la em uma empresa rentável, saudável e equilibrada, oferecendo um bom serviço aos clientes”, afirma André.

Ele acrescenta ainda que um dos principais objetivos será melhorar, no menor prazo possível, os canais de relacionamento e atendimento ao cliente, implantando novas soluções e investindo na capacitação das equipes que realizam este trabalho, porém, sem impactar o dia a dia do consumidor. “Os clientes podem ficar tranquilos, pois planejamos aprimorar os canais de atendimento e facilitar processos, mas sem alterar a rotina, como pagamento de contas e serviços de agência e teleatendimento. Nosso objetivo é implementar tecnologias e serviços que irão facilitar o relacionamento dos clientes com a empresa, a exemplo do que já é feito nas outras distribuidoras do Grupo”, conclui.

Theobald destaca ainda que todas as melhorias feitas pela Energisa nos próximos anos serão fundamentais para acompanhar o crescimento econômico de Rondônia, que deve ficar acima da média nacional em 2017. “Há muito potencial de crescimento de consumo de energia no estado, acompanhado de uma grande demanda reprimida causada pela falta de investimento nos últimos anos. Com os aportes financeiros que faremos, novas cargas deverão ser ligadas no médio prazo, eliminando os gargalos na rede de distribuição e os sistemas isolados que existem em Rondônia. Nosso planejamento até 2020 prevê retirar do sistema isolado 17 usinas, interligando-as com o restante do estado por meio de linhas de transmissão. Tudo isso ajudará a impulsionar o desenvolvimento da região”, explica Theobald.

Combate ao furto

Uma das prioridades da Energisa no estado será a redução das perdas de energia. Na distribuidora de Rondônia, 28,3% da energia é perdida, somando furtos e as perdas técnicas – que ocorrem durante a passagem da energia pela rede elétrica até chegar à casa do cliente. A Ceron está entre as empresas com maior índice de perdas elétricas do pais. “É fundamental lembrar que o ‘gato’ de energia é um crime que prejudica a todos. A população, que paga a conta do furto e ainda tem seu fornecimento de energia prejudicado, o estado, que perde milhões em arrecadação de impostos, e a empresa, que perde receita e tem seus investimentos na melhoria dos serviços afetados. Por isso, em todos os estados onde atuamos, essa é uma prioridade e somos muito eficientes em combater o furto com tecnologia e ações coordenadas e inteligentes”, reforça o executivo.

QUALIDADE

Na concessão de Rondônia, há um grande potencial para a melhoria dos indicadores de qualidade. Tanto o DEC (duração das interrupções de energia) quanto o FEC (quantidade de interrupções de energia) estão bem acima dos limites regulatórios da agência reguladora, o que traz impactos diretos para a qualidade do fornecimento de energia à população.

NOVO COMANDO

Aos 49 anos, o engenheiro eletricista André Theobald tem 26 anos de experiência no setor elétrico e, há nove anos, ocupa postos de liderança na Energisa. Foi diretor Comercial e depois diretor-presidente na Energisa Paraíba e na Energisa Borborema (PB) por mais de quatro anos. Juntas, as distribuidoras atendem a 1,6 milhão de clientes. Durante a sua gestão, essas empresas alcançaram reconhecimentos regionais e nacionais, como os prêmios de melhor distribuidora do Brasil e melhor do Nordeste da Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee), além de ter alcançado o selo Great Place to Work (GPTW).

Junto com Theobald, Fabrício Sampaio Medeiros, 39, assumirá o posto de Diretor Técnico Comercial. Natural de Porto Velho, o engenheiro elétrico tem 14 anos de experiência no setor, com passagens pela Coelce e EDP Bandeirante. Na Energisa há 4 anos, atuou como gerente de Gestão Estratégica, gerente de Combate a Perdas e gerente de Operações.

Por sua experiência e conhecimento do estado de Rondônia, Luiz Marcelo Reis de Carvalho, 50, será a indicação para a recém-criada Diretoria de Relações Institucionais da unidade. Ele é engenheiro elétrico com pós-graduação/MBA em Gestão e Planejamento Estratégico na USP. Profissional com 25 anos de experiência no setor, fez carreira nas áreas técnica e comercial. Na distribuidora de Rondônia desde 1994, estava, nos últimos quatro anos, como presidente da unidade.

 

Autor e foto: Assessoria

sicoob

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