Coluna escrita por Sérgio Pires/Foto: Ilustração

Quem tem mais de 30 anos, lembra quando Valdir Raupp foi governador de Rondônia. Mas, grande parte dos rondonienses não viveu naquele período, já que parcela significativa da nossa população é muito jovem. E não recorda a administração dele.

Raupp comandou Rondônia de janeiro de 1995 até dezembro de 1998. Foi naquele período, ou seja, há pelo menos 21 anos, que se construiu a primeira ponte – a menor das duas – do Anel Viário de Ji-Paraná. Foi com essa obra que a rodovia que tiraria o trânsito pesado de caminhões de dentro da cidade, começou mesmo a ser tratada como uma realidade viável. Muitos anos depois, já praticamente em meados de 2017, a segunda ponte (a maior) foi concluída.

A partir daí, mesmo ainda faltando detalhes, como sinalização e entroncamentos, entre outras pequenas obras, o Anel Viário passou a ser utilizado por centenas e centenas de caminhões, há cerca de um ano e meio, mais ou menos. Nunca foi inaugurado, ao menos oficialmente.  É impressionante como as obras públicas demoram no Brasil. Desde o seu início, a obra de apenas 13 quilômetros e meio custou muito dinheiro, mas avançou, numa divisão matemática simples, a passos de cágado.

Foram construídos apenas 610 metros por ano. E ainda não está tudo pronto. Pior: com menos de um ano e meio de uso, o asfalto já começou a apresentar problemas em vários pontos. Alguém duvida? Basta ler trecho de release divulgado nesta segunda, pela assessoria de comunicação do Governo: “desde a semana passada, as equipes do DER estão trabalhando na restauração do Anel Viário. Para garantir a segurança no tráfego cada vez mais intenso no Anel Viário de Ji-Paraná, o DER está executando a restauração de pontos deteriorados, para concluir as obas na via e entregar oficialmente população”. Que obra é essa em que, pouco mais de 18 meses de uso, é necessário restaurar um asfalto que levou duas décadas para ser colocado e já está deteriorado?

O viaduto de Pimenta Bueno, na BR 364, é o recordista em obra atrasada no Estado. Desde o início das obras, também nos tempos de Raupp passou-se um quarto de século para que fosse entregue ao público.  A partir dali, ainda houve a dos viadutos de Porto Velho, que na verdade não estão 100 por cento concluídas e que demoraram uma década inteira. Tivemos, contudo, obras que foram realizadas dentro do cronograma. Uma delas foi a ponte sobre o rio Madeira, no barro da Balsa, nos ligando ao outro lado do Madeira e ao Amazonas.

Foi um trabalhoenorme e muito bem-feita, embora até hoje não tenha recebido iluminação. A outra ponte, em fase final, na Ponta do Abunã, também está mais ou menos dentro da previsão. No geral, contudo, há muito tempo perdido, dinheiro gasto e obras de qualidade duvidosa (o asfalto do Anel Viário é exemplo disso!), quando não denúncias de desvios, superfaturamento e outros problemas mais em obras, no geral. Está na hora de mudarmos essa mentalidade. O Brasil não pode se eternizar no atraso e no desrespeito ao contribuinte. Chega!

AS PEDRAS JOGADAS NO RIO

Em dois trechos, nos 600 metros das obras de proteção da margem do rio Madeira, o sistema de enrocamento (colocação e pedras enormes, para tentar conter a queda dos barrancos do rio, na altura da Estrada de Ferro Madeira Mamoré), acabaram despencando, no final de semana. Muitas pedras, daquelas enormes que estão sendo colocadas no local, caíram dentro do rio.

A obra é de responsabilidade da Santo Antônio Energia, que já está tratando de resolver o problema. O secretário Antônio Ocampo, da Funcultural, recebeu a missão do prefeito Hildon Chaves para acompanhar o problema de perto, até que ele seja solucionado, em nota, a Prefeitura diz que “o desbarrancamento foi detectado em dois pontos. Um na região do barracão da Marinha e outro na altura do antigo ‘deck’. A Santo Antônio informou que os reparos serão feitos no menor espaço de tempo possível”.

A obra é vital para todo o projeto de revitalização da área, a mais nobre em termos de atração turística da Capital. O enrocamento é fundamental para impedir que o desbarrancamento do Madeira continue a invadir a área onde estão os históricos prédios da antiga Estrada de Ferro e onde há uma praça que recebe sempre grande visitação.

A SANTO ANTÔNIO EXPLICA

Não se pode negar que os técnicos da Santo Antônio Energia já provaram e comprovaram que são muito competentes. Afinal, foi a equipe do Consórcio que construiu uma das maiores hidrelétricas do mundo, num rio profundo e complexo como o Madeira. Eles também foram surpreendidos com o ocorrido nos locais do enrocamento e começaram uma mobilização pouco tempo depois, para analisar a situação, descobrir o que deu errado e começarem a reparação com a maior urgência possível.

Numa curta nota no meio da tarde da segunda-feira, a assessoria da Santo Antônio garantiu que toda a situação está sendo analisada pelos técnicos e engenheiros e que, em breve, vai relatar, com clareza, como o problema ocorreu e as medidas que serão tomadas para corrigi-los. Se a engenharia conseguiu construir uma ferrovia no meio da maior floresta tropical do mundo e há mais de um século, não é possível que, com todos os avanços tecnológicos e com o modernismo da construção, não se conseguirá resolver um problema que, ao menos na teoria, é muito mais simples. Esperemos para saber o que deu errado no projeto e como ele será corrigido pela equipe da Santo Antônio Energia.

HUMILHADOS PELA BUROCRACIA

Cinco anos depois, você recebe uma notificação do Imposto de Renda, para pagar uma dívida. De 2014. Coisa pequena. Você não tem como provar que a pagou, porque depois de 1.825 dias, onde estão os comprovantes? Se eles existissem, só para encontrá-los, custaria mais tempo do que pagar e pronto. Você banca os impostos e tributos mais caros do mundo, sem retorno, mas isso não é o suficiente para nossa máquina burocrática de engolir trouxas. Se não souber direitinho os nomes, códigos e e maneira correta de cumprir, passo a passo, toda a parafernália que a burocrática da nossa incrível máquina estatal nos impõe, prepare-se para ficar ainda com raiva e perder seu tempo

Um pobre coitado, que não sabe muito bem a diferença entre DARF, GPS e outras nomenclaturas, tentou pagar sua conta no caixa eletrônico do banco. Claro que não conseguiu. Teve que ir à Receita, onde enfrentou longa espera (é que lá, dependendo do assunto que se vá tratar, os que chegam depois de você são atendidos primeiro), para, quando atendido, em 30 segundos ser informado de que estava tentando pagar a conta de forma errada.

Só que não recebeu, antes, qualquer orientação de como deveria fazê-lo. Esse tipo de humilhação a que o brasileiro passa todos os dias é que tira um pouco a esperança de que um dia as coisas vão realmente mudar nesse país. Enquanto os burocratas dominarem o serviço público, essa chance será cada vez mais reduzida. Lamentável.

A IDEIA DE CASSOL ESTÁ VOLTANDO…

Na primeira década deste século 21, o então governador rondoniense Ivo Cassol foi tratado como persona non grata, principalmente nos órgãos oficiais aparelhados, quando fez uma sugestão óbvia e por demais simples: a autorização para a exploração da mina de diamantes existente na reserva indígena Cinta Larga, em Roosevelt. Ele sugeriu a instalação de uma agência da Caixa Federal dentro da Reserva, controle total da União sobre as pedras descobertas; um bom percentual dos valores conseguidos para os verdadeiros donos da terra, os índios e pagamento de pesados impostos em nível municipal, estadual e federal.

O patrulhamento da esquerda, é claro, não só demonstrou ojeriza pela ideia, como ainda houve uma grande boataria de que Cassol tinha envolvimento com o garimpo de diamantes e outras besteiras, que só os esquerdistas sabem inventar e ainda terem crédito. Agora, é praticamente a mesma ideia que começa a ser discutida no Congresso. Isso mesmo. Já há uma comissão, que num segundo momento terá participação de ministérios e outros organismos, estudando uma forma de acabar com o contrabando de diamantes, ouro e outros metais preciosos que temos na Amazônia e permitir que nosso país fature algo em torno de 1 bilhão de reais por ano, com as riquezas que são apenas suas.

Claro que os mesmos de sempre vão gritar. Eles preferem, por exemplo, que os índios morram de fome e de doenças, a que tenham dinheiro em abundância para uma vida digna. Mas as coisas estão mudando. Eles já apitam bem menos. Quem sabe a ideia de Cassol não se transforma em lei, nos próximos anos?

PARA ENXERGAR MELHOR

Há importantes avanços na saúde pública do Estado. Depois da batalha da Secretaria de Saúde e do grupo SOS João Paulo II em conseguir ao menos amenizar a crise no único pronto socorro da Capital, já foram realizados mutirões de cirurgias e, agora, está em andamento o mais ousado projeto para acabar de vez com as imensas filas das cirurgias dos olhos.

Num prazo aproximado de um ano, praticamente todos os 2.400 rondonienses que estão na fila para fazer vários tipos de cirurgias (a mais comum é a de catarata), estarão curados. A parceria com um dos mais importantes hospitais de olhos do Estado, comandado pelo respeitado médico Renato Veloso, mas com uma equipe de profissionais do mais alto gabarito, permitirá ao governo cumprir essa complexa missão, acabando com uma situação de demora que poderia, antes, levar alguns anos para que uma operação fosse realizada. A empresa vencedora da concorrência, poderá atuar também em ações no interior do Estado, que poderão ser feitas. Recursos já existem. A deputada federal Jaqueline Cassol, conseguiu liberar emenda de 3 milhões e 300 mil reais para esse mutirão, a ser feito na região central do Estado.

O secretário Fernando Máximo, que está exausto com tanto trabalho, ao mesmo tempo comemora resultados muito importantes, em tão curto espaço de tempo. Dias desses, ele gravou um vídeo para as redes sociais, ao lado do governador Marcos Rocha, ambos comemorando o grande avanço na saúde e principalmente na questão das cirurgias oftalmológicas.

ELES ESTÃO PERDENDO A BOQUINHA!

Ah, bateu mesmo o desespero! Eles correm o risco de ficar sem dinheiro e sem poder pagar a “cumpanheirada”, incluindo os estrangeiros; as despesas imensas, as mordomias; o engolir de grande parte das verbas, deixando uma pequena parte apenas a ser aplicada naquilo que deveria ser verdadeiramente priorizado.

Uma longa e dura entrevista do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Sales ao jornalista Augusto Nunes, da Jovem Pan, põe sob suspeita o uso de recursos internacionais, doados para investimentos na Amazônia. Em determinado momento, Sales disse que os gastos de algumas ONGs com elas mesmas são enormes, ao ponto de, no final das contas, apenas 20 por cento dos recursos destinados a algum projeto amazônico, chegarem ao seu destino. Os outros 80 por cento ficam pelo caminho.

Ele exige investigação profunda, inclusive da Controladoria Geral da União, sobre essa parceria suspeita do BNDES dos tempos do PT com as ONGs nacionais e internacionais. Daí aqueles que enchiam seus bolsos começaram a reagir, agredindo o ministro até com palavras impublicáveis. Ué, mas se não há ilegalidades, qual o problema de investigar?

PERGUNTINHA

Você que gosta de futebol, considera que o VAR veio para ajudar a melhorar a qualidade dos jogos ou está é causando problemas que atingem até as emoções do torcedor?

 

sicoob

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