Reunião ocorreu na segunda-feira / Foto: Extra de Rondônia

Depois de vinte anos de intensa campanha sanitária visando o controle da febre aftosa no rebanho do Estado visando ter alto padrão de sanidade animal para facilitar a exportação de produtos derivados da pecuária, os produtores locais estão relutantes na abolição da vacinação obrigatória.

A questão se refere ao mercado internacional da carne, e a dúvida é muito mais relacionada ao aspecto econômico da questão. Há divergências de opinião entre agências governamentais que atuam no setor, que são defensoras da medida e dos produtores, que mostram relutância.

Para se entender a questão é preciso explicar que atualmente, perante o mercado internacional a pecuária de Rondônia, assim como de todo o país com exceção de Santa Catarina, está classificada como área livre de febre aftosa com vacinação.

Há cerca de seis anos o Brasil iniciou, junto com todos os demais da América do Sul, um programa para a mudança desse status para área livre da doença sem a obrigatoriedade de vacinação, com meta de incluir todo o hemisfério nesta condição em dez anos. Agora, chegou a hora de começar a transição, que será feita em quatro blocos regionais, com previsão de começar a partir de agora justamente por Rondônia e Acre.

Os produtores tinham conhecimento que este momento chegaria, se empenharam nas campanhas, mas agora relutam em fazer a transição, temendo perder mercado. Os agentes públicos defendem justamente o contrário: a mudança vai justamente abrir novas frenes de comércio em países mais exigentes quanto a sanidade animal, caso do Japão, por exemplo. A falta de informações e interação entre os dois lados, apesar do esforço conjunto nas campanhas de vacinação, curiosamente acabaram causando o impasse.

Por isso foi realizado o encontro de ontem, reunindo dezenas de produtores e representantes dos setores públicos e privados para buscar entendimento. Enquanto um dos lados apresentou suas dúvidas, os agentes governamentais esclareceram as dúvidas.

O debate foi mediado pelo representante da Federação da Agricultura, Edson Afonso, tendo como protagonistas o pecuarista Fabio Andreazza, representando a Cooperativa Agroindustrial da Amazônia, o chefe de serviços de sanidade animal do Ministério da Agricultura, João Carlos de Araújo Aranha, o diretor-executivo da Idaron, Licório Corrêa Soares Magalhães e o coordenador em Rondônia do controle da febre aftosa, Marcos Alex Petró.

O que ficou bem estabelecido no encontro é que a mudança de status é na verdade muito mais uma questão de retórica, porém necessária para abrir novos mercados. A revogação da obrigatoriedade da vacinação criará um ambiente de segurança aos compradores internacionais, que entendem que a exigência da vacina remete a possibilidade da existência da doença no país.

Mas os agentes públicos garantem que hoje não há focos no Brasil, e se surgirem é porque foram trazidos de outro lado da fronteira. Também ficou evidente que os órgãos de controle estão em fase final de preparação para a transição, assim como a mudança de status não remete obrigatoriamente ao relaxamento do controle, e sim ao contrário, ele precisará ficar mais intenso, mantendo a parceria entre os setor públicos e privados para a manutenção do conceito.

sicoob

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