Anete Ribeiro / Foto: Divulgação

Com o céu ainda escuro, Anete Ribeiro, de 42 anos, levanta da cama e se prepara para começar sua caminhada matinal no município de Nova União, interior de Rondônia.

Às 04h30, Nete, como é conhecida, já está na rua e muito focada em perder peso e ficar apta para ser doadora de órgãos, já que será a doadora do seu filho, que sofre com uma doença renal.

Marcos Alexandre, de 25 anos, perdeu a função renal no final de dezembro de 2008, logo depois, começou as sessões de hemodiálise e teve que ser encaminhado para Goiânia, com a justificativa que só tinha uma semana de vida.

“Foi uma fase complicada, pois com a insuficiência renal, ele adquiriu vários outros problemas de saúde e os médicos não sabiam como tratar. Ele chegou a retirar, em uma das cirurgias, dois litros de água do pericárdio, no coração, após o hospital particular mandar ele pra casa, por não diagnosticar os sintomas”, disse Nete.

Várias tentativas de doadores vivos foram feitas em Goiânia e apenas uma tia avó foi compatível. Depois da cirurgia, o enxerto funcionou muito bem e Marcos voltou a ter uma vida normal.

Após quatro anos, ele voltou a ter problemas de saúde e foi constatado que estava perdendo o enxerto por uma doença chamada Glomérulo Esclerose Segmentar Focal (GESF).

“Desde 2015, quando voltou a fazer as sessões de hemodiálise três vezes por semana, foi feita novas tentativas de um novo transplante com doadores vivos, inclusive em Porto Velho. Hoje, só é feito transplante entre consangüíneos”, explicou a mãe.

Vários membros da família tentaram, mas não passavam na tipagem sanguínea ou tinham outros problemas de saúde que impediam a doação do órgão, inclusive teve situação de familiar ser compatível e estar apto a doar, mas por receio de procedimentos cirúrgicos, desistirem de fazer a doação voluntária.

Marcos ficou mais quatro anos na fila de espera de doação de órgão captados. Após esse período, ele foi transferido para o Registro Geral da Central de Transplantes (RGCT) de São Paulo, onde descobriram que ele tem um painel de 58%, o que dá um pouco mais de dificuldades de conseguir um órgão compatível na fila de doadores cadáveres.

“Depois do último possível doador familiar desistir de doar o órgão, ficamos arrasados e uma amiga dele e da família encontrou um site que falava do primeiro transplante de rins entre mãe e filha não compatível. Imediatamente comecei minha procura pelas informações necessária para mais um recomeço. Conseguimos entrar em contato com a doutora Maria Cristina e já fomos para consulta com todos os exames prontos. Ela solicitou mais dois exames, entre eles o mapa arterial, sendo que usei medicação de pressão por mais de 10 anos, e assim, não poderia ser doadora, pois as equipes prezam pela saúde dos doadores”, detalhou ela.

Nete não desistiu. A possibilidade de salvar a vida do filho ainda existia e decidida, ficou 14 dias sem medicação, para poder fazer o mapa e consegui controlar a pressão arterial, entretanto, no dia de fazer o exame, a pressão ficou alterada por 24 horas e Nete não conseguiu a aprovação.

“Foi um choque saber que eu era a única possibilidade de ajudar meu filho a sobreviver dessa doença, confesso que chorei muito, mas lembrei que um dia uma médica cardiologista tinha dito que se eu perdesse 10kg com exercícios e alimentação poderia ter uma chance de controlar a PA”, narrou ela.

A chama da esperança reascendeu e a partir daí, Nete mudou de vida. “Iniciei uma caminhada de 4km por dia e uma dieta por conta, até conseguir uma vaga na nutricionista. Eliminei 6 kg em 17 dias. Com 33 dias, caminhando 12km de manhã e 8km de tarde, já estava com 8kg a menos. Tive a pressão arterial controlada e no inicio dessa decisão, eu tinha apenas 45 dias de pós cirúrgico de uma histerectomia total, não poderia pegar pesado nas atividades físicas”.

Marcos está com passagens compradas para estar no dia 23 de janeiro em São Paulo e passar pela equipe de orientação pré transplante. Dia 27 de janeiro, Marcos tem consulta marcada com a equipe responsável por transplantes. “Com muita fé, temos a esperança de conseguir realizar o transplante e meu filho voltar a ter uma vida normal e concretizar o sonho de ir para o seminário e ser um padre”.

Família de Nete / Foto: Divulgação
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