Foto: Ilustrativa

A produção de café em nível mundial prevista para o ano-cafeeiro 2019-2020 está estimada em 168,86 milhões de sacas de 60kg, volume físico que representa uma redução aproximada de 0,8% em relação a 2018-2019. Assim, estima-se que a safra de café da espécie arábica diminuirá em torno de 3,9%, com produção de 96,37 milhões de sacas, e que a de café robusta aumentará 3,7%, chegando a 72,5 milhões.

Neste contexto, calcula-se que o consumo mundial de café está estimado em 169,34 milhões de sacas no ano-cafeeiro 2019-2020, demanda que apresenta desempenho 0,7% superior ao consumo de 2018-2019, que foi de 168,10 milhões de sacas. Com base nesses dados, também se estima que o ano-cafeeiro 2019-2020 deve registrar um déficit de 0,48 milhão de sacas, na relação entre consumo e produção.

Exclusivamente no mês de janeiro de 2020, as exportações mundiais de café totalizaram 10,29 milhões de sacas, desempenho ligeiramente menor que as 11,14 milhões de sacas exportadas em janeiro de 2019. E, ainda, nos quatro primeiros meses do ano-cafeeiro 2019-2020, que compreende o período de outubro a janeiro, as exportações diminuíram 5,8%, com 39,53 milhões de sacas vendidas aos países importadores, em comparação com as 41,95 milhões de sacas exportadas no mesmo período do ano-cafeeiro anterior.

Convém ressaltar preliminarmente que os números e dados que estão permitindo realizar a presente análise foram obtidos do Relatório sobre o mercado de Café – fevereiro 2020, da Organização Internacional do Café (OIC). Para a organização, o ano-cafeeiro compreende o período de outubro a setembro. Tal Relatório da OIC encontra-se disponível na íntegra no Observatório do Café, do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.

Conforme o Relatório da organização, nos quatro primeiros meses citados do ano-cafeeiro 2019-2020, as exportações de Naturais Brasileiros diminuíram 11,8%, ao atingirem 13,28 milhões de sacas, e os de Outros Suaves diminuíram 6,6%, com 6,46 milhões de sacas vendidas ao exterior. Em contrapartida, as exportações de Suaves Colombianos aumentaram 0,6%, com 5,27 milhões de sacas. E as exportações de Robustas diminuíram 1,4%, ao caírem para 14,51 milhões de sacas. Todos os números citados foram comparados com o mesmo período anterior, para fins dessa análise.

Em complemento a estas análises das exportações, com relação aos países produtores da África, constata-se que, nos quatro primeiros meses do ano-cafeeiro de 2019-2020, suas vendas ao exterior aumentaram 9,5%, e atingiram 4,38 milhões de sacas, haja vista que os três maiores produtores desse continente incrementaram suas exportações de café nesse período. Foi o caso, por exemplo de Uganda, maior exportador regional, com 1,62 milhão de sacas vendidas aos importadores, volume que representa um aumento de 10% em relação aos quatro primeiros meses do ano-cafeeiro de 2018-2019.

Além disso, as exportações da Etiópia aumentaram 18,2%, com 1,17 milhão de sacas, e as de Côte d’Ivoire aumentaram 5,6% e totalizaram 558 mil sacas. Em contraponto, as exportações da Tanzânia diminuíram 1,6%, com 393 mil sacas de café.

Com relação às exportações de café da Ásia & Oceania, os dados da OIC registraram que elas diminuíram em torno de 5,4%, com 12,21 milhões de sacas vendidas no mesmo período ora objeto desta análise. Da mesma forma, as exportações do Vietnã caíram 14,6% durante esse período, com vendas de 8,35 milhões de sacas, pois os preços baixos do café desestimularam a venda do produto pelos cafeicultores, particularmente em vista da oferta abundante de robusta de outros países produtores.

Do mesmo modo, as exportações da Índia caíram 8,4%, cujo volume físico foi de 1,41 milhão de sacas. Em contrapartida, as exportações da Indonésia aumentaram 86,8% e chegaram a 1,99 milhão de sacas, o que demonstrou recuperação em relação a diminuição ocorrida na produção do país no período anterior.

Conforme ainda o Relatório sobre o mercado de Café – fevereiro 2020, da OIC, em comparação com os quatro primeiros meses do ano cafeeiro de 2018-2019, as exportações do México & América Central cresceram 1,7% ao totalizarem 3,07 milhões de sacas. Registre-se que no ápice desse crescimento esteve Honduras, cujas exportações aumentaram 2,6%, com 1,22 milhão de sacas.

No mesmo período, as exportações da América do Sul diminuíram 9,8% e caíram para 19,86 milhões de sacas. Em relação ao Brasil, maior produtor e exportador mundial, as vendas ao exterior caíram 12,7%, com 13,16 milhões de sacas embarcadas, pois as exportações de café arábica do Brasil diminuíram 17%, caindo para 10,74 milhões de sacas, e as de café robusta aumentaram 22,4%, com 1,13 milhão. A redução das exportações de café arábica nesse período foi decorrente principalmente da bienalidade negativa, fenômeno que alterna volume de produção maior em uma safra e menor na safra seguinte.

Ainda em relação à América do Sul, vale destacar que as exportações da Colômbia aumentaram 1,5%, com 4,83 milhões de sacas, e a produção do país, segundo a Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia, aumentou 12,9%, para cerca de 5,61 milhões de sacas.

Por fim, a organização esclarece que para cada ano-cafeeiro os dados estatísticos são recebidos dos seus Membros para fornecer estimativas e previsões da produção, consumo, comércio e estoques anuais, mas tais dados podem ser complementados por informações de outras fontes, quando as informações estão incompletas, atrasadas ou discordantes. E, ainda, que a Organização também considera múltiplas fontes para gerar balanços da oferta e da demanda relativos aos não-membros.

Assim, como os países produtores estão localizados em diferentes regiões do mundo, com diversos anos-safra, isto é, períodos de 12 meses entre uma safra e a seguinte, os anos-safra considerados começam em 1° de abril, 1° de julho e 1° de outubro. Para manter a coerência, a OIC converte dados de produção com base em um ano-safra em dados com base em um ano de comercialização, dependendo dos meses de safra em cada país.

sicoob

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