Coluna escrita por Sérgio Pire/Foto: Ilustração

Em tempo recorde, Rondônia ganha mais um hospital. Ele está prestes a ser inaugurado, junto à área do Cemetron. Terá 56 leitos no total, dois deles de tratamento semi intensivo.

Não terá UTIs e, portanto, não poderá atender os casos mais graves de doentes afetados pelo coronavírus, mas será mais uma extensão da saúde pública estadual para o atendimento a casos menos graves da doença. Além disso, o novo hospital será de grande utilidade para o período pós pandemia, ajudando a dar um alívio à pressão sobre o Pronto Socorro João Paulo II, sempre superlotado.

Toda a estrutura do hospital que começa a receber pacientes já na próxima semana, foi doada ao Estado pela empresa JBS, cujos frigoríficos se destacam na economia rondoniense. Com isso, em pouco tempo, a Capital recebe dois hospitais que, somados, no futuro vão oferecer um total de mais de 200 leitos, se contarmos também os 160 do ex Regina Pacis, hoje chamado pelo governo do Estado de Hospital de Campanha.

Além do que já foi feito, destaca-se ainda a reforma praticamente total do próprio Cemetron, um hospital de atendimento ao público, mas também de pesquisa, respeitado em toda a América Latina e vários países de outros continentes, pelos avanços que tem conquistado, no decorrer dos anos, para o combate de doenças tropicais. Abandonado há longo tempo,  o novo Cemetron será um dos grandes hospitais rondonienses, ainda durante a gestão do governador Marcos Rocha.

Na comparação entre os dois prédios agora pertencentes ao Estado, pode-se reafirmar o excelente negócio que foi feito com a compra do antigo Regina Pacis. Ele tem 12 leitos de UTI, com possibilidade para duplicar rapidamente esse número. O grande negócio que o Governo rondoniense fez ao comprar o Regina Pacis por 12 milhões de reais (com os antigos proprietários tendo que fazer as reformas realizadas e ainda com uma usina de oxigênio, com custo mensal caríssimo), fica claro diante do novo hospital junto ao Cemetron, que será inaugurado provavelmente até esta próxima segunda-feira.

O novo hospital doado pela JBS, sem UTI e com 56 leitos (pouco mais de um terço do total do que terá, nos próximos meses, o ex Regina Pacis) custou nada menos do que 10 milhões de reais. Ou seja, a diferença de 2 milhões é tirada só com a economia que será feita com os gastos que seriam necessários com oxigênio, cuja usina fornecerá o produto só com custo anual, na faixa de 10 mil reais, para sua manutenção.

Localizado no centro de Porto Velho e ainda com uma área de estacionamento de cerca de mil metros quadrados, a pós pandemia certamente mostrará a importância deste hospital, agora pertence à saúde pública estadual. Ainda há dúvida de que Rondônia fez o negócio da década, ao comprar o Regina Pacis?

CORONA: 56 MORTES EM DOIS DIAS

Foram 56 mortes em 48 horas (31 na quarta, 26 na quinta); mais de 3.300 novos casos entre a terça e a quinta-feira. Agora já se registrou nada menos do que 34.080 pessoas atingidas pela Covid 19, em todo o Estado. O coronavírus cresce de forma assustadora em Rondônia. Apenas em Porto Velho, com as 22 mortes na quarta e outras 18 na quinta, foram 40 os óbitos. Para se ter ideia do quanto o contágio aumentou, em todo o Estado, há exatos 60 dias, no boletim número 50 da Secretaria de Saúde (boletim de quinta foi o de número 127), tínhamos apenas 3.109 contaminados e 115 pessoas mortas.

De lá para cá, o número de positivados supera os 34 mil e já batemos 784 óbitos, ou quase 600 por cento no total de vidas perdidas. Nesta quinta, pelo lado positivo, cresceu bastante o número de recuperados. São agora 21.753, com mais 561 pessoas livres da doença. Até esta quinta, do total de contaminados, 63,8 por cento estão curados. Mesmo com todas as orientações da saúde pública; dos alertas e dos números assustadores, há muita gente ainda, que ignora os riscos que corre e os riscos a que expõem os outros. Lamentável!

DOENÇA CRESCE EM 22 ESTADOS E NO DF

A doença avança Brasil afora, com toda a força. Dos 26 Estados e do Distrito Federal, apenas Rio Grande do Norte, Ceará, Alagoas e Amazonas tiveram diminuição no número de casos e de mortes, nas últimas semanas. Todas as demais unidades da federação apresentam, todos os dias, números superiores ao dia anterior. Rondônia é um dos casos típicos. O número de óbitos por dia chegou a uma média de 9,5 vidas perdidas a cada 24 horas.

Nas primeiras semanas da doença, há menos de três meses, esse numero passava pouco das 3 mortes diárias. A situação aqui é difícil, mas não tanto quanto na região sul, onde os números estão desesperando as autoridades, com crescimento de 50 por cento dos casos nas últimas semanas. Até a noite da quinta-feira, tínhamos, lamentavelmente, 84.207 mortes no país e um total de 2 milhões e 290 mil casos de contaminação. Um total de 1 milhão 570 mil brasileiros estão recuperados., ou 68,5 por cento.

GOLPE LESA INCRA EM MAIS DE 330 MILHÕES DE REAIS

Mais um golpe milionário contra os cofres da União foi descoberto e uma enorme quadrilha envolvida está sendo desarticulada pela Polícia Federal, numa grande operação que começou há quatro anos atrás e que envolve pagamentos irregulares de terras desapropriadas que superam os 330 milhões de reais e, certamente, tornaram muito ricos todos os envolvidos.

Entre eles, advogados e servidores do Judiciário, que, nos processos de desapropriação de terras, supervalorizavam as áreas em até 600 por cento. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela PF em Porto Velho, Brasília, Cuiabá, Itaituba, no Pará e em São Paulo. A organização criminosa era composta por servidores públicos empresários, advogados e outros grupos, todos atuando para fraudar processos judiciais de desapropriação de terras, causando enormes prejuízo aos cofres do INCRA, em razão do pagamento de indenizações da reforma agrária.

É inacreditável como, nesse país, a desonestidade campeia em todas as áreas. Espera-se que todos os envolvidos sejam condenados; que os advogados, depois de julgados, percam seus registros e que todos cumpram longas penas. Isso, claro, depois de devolverem tudo o que nos roubaram.

HILDON DECIDE NO INÍCIO DE AGOSTO

Duas semanas. Entre 5 e 8 de agosto. Esse é o tempo que o prefeito Hildon Chaves projetou para que anuncie sua decisão de concorrer ou não  mais um mandato. A afirmação foi feita durante entrevista na Rede TV!, ao apresentador Léo Ladeia. Na conversa com Léo, um comunicador entre os mais bem informados, o Prefeito não demonstrou, na realidade, nenhum entusiasmo com a ideia da reeleição.

Aliás, ele disse novamente que é contra dois mandatos seguidos, mas concorda com apenas um, de cinco anos. Mesmo assim, não bateu o martelo. Disse que é favor do surgimento de novas lideranças e, se a interpretação fosse feita apenas sobre essa entrevista, certamente se poderia afirmar que Hildon está saindo da disputa. Mas, como tudo pode acontecer, o negócio agora é esperar mais uns dias para se saber exatamente o que vai decidir o alcaide porto velhense. Falta pouco para agosto chegar…

TEM QUE COMBINAR COM O POVO

Aliás, embora muita gente não lembre, temos eleições em 15 de novembro e um segundo turno no dia 29, duas semanas depois. Há intensa movimentação dentro dos partidos, mas, a mais pura verdade é que a população está muito distante deste tema. Enquanto os candidatos sequer são confirmados, embora alguns nomes já sejam dados como certo, que estarão com foto na urna, na maioria das cidades brasileiras – em Rondônia não é diferente – a sucessão passou a ser assunto fora da pauta, para o povão, nesses tempos de pandemia.

Nas próximas semanas, quando os nomes dos possíveis postulantes comecem a ser oficializados, quem sabe o eleitor se interesse mais, numa eleição que vai decidir a vida de sua cidade para 2021 e até 2024. O que tem se ouvido muito, nas rodas de conversa, quando o tema é ir às urnas em novembro, é o temor de que, se a doença ainda estiver se espalhando, haja ainda mais riscos de contágio. Por enquanto, contudo, a sucessão nas Prefeituras existe apenas da porta para dentro nos partidos e de quem vive da política. Já o povo…

ÔNIBUS: O USUÁRIO NÃO VAI A LUGAR NENHUM

É mais do que sapo enterrado. É o coletivo deles. Uma verdadeira saparia. O sistema de transporte coletivo de Porto Velho continua sendo uma pedra no sapato não só do prefeito Hildon Chaves, como no de todos os moradores da cidade que dependem de ônibus para se deslocarem. Desde que, na administração Mauro Nazif, o consórcio que existia e atendia com dificuldades, mas atendia, foi desestruturado e perdeu o contrato, a coisa só piorou.

Agora, a nova empresa, vencedora da licitação, mesmo já tendo encomendado ônibus novos, está impedida, por decisões judiciais, de começar a operar na Capital. Um terceiro interessado, que não participou da concorrência, denunciou que teria havido ilegalidade na vitória da nova empresa. A denúncia foi acatada em primeira instância. A Prefeitura recorreu ao TJ. O desembargador Eurico Montenegro  não acatou o recurso e manteve a decisão da inicial.

A Prefeitura pretende recorrer novamente. Enquanto isso, o porto velhense, que depende do transporte coletivo, paga o pato, mesmo sem ter nada a ver com questões judiciais que, certamente, ainda vão longe. Quem não vai longe e nem a lugar nenhum é o usuário do sistema, numa cidade de quase 600 mil habitantes e que tem um sistema ridículo de transporte por ônibus.

AUXÍLIO EMERGENCIAL AJUDOU MILHÕES DE BRASILEIROS

Não se tem notícia de uma distribuição de renda em números superlativos do que ocorreu no Brasil, durante a pandemia. O dinheiro distribuído pelo governo federal e por alguns estados (como Rondônia), chegou quase a metade dos lares brasileiras, onde em cada uma delas, ao menos um dos moradores recebeu algum tipo de apoio financeiro. Mais de 65 milhões de brasileiros receberam alguma forma de reforço em seus bolsos. Isso representa cerca de 30 por cento de todos os habitantes do país.

Em Rondônia, levantamento nacional apontou que, no mês de junho, em 273 mil domicílios de Rondônia, pelo menos um morador recebeu algum tipo de auxílio relacionado à pandemia. Este número corresponde a 48,2 por cento dos domicílios permanentes no Estado. Na Região Norte, o índice foi de 60 por cento dos domicílios. No País, os números computados foram em relação às três primeiras parcelas do auxílio emergencial. Haverá pelo menos outras três; Em Rondônia, destaca-se a distribuição de 200 reais para famílias carentes.

PERGUNTINHA

Em que dia desse ano poderemos deitar tranquilos para dormir, porque a terrível ronda da morte, causada pelo coronavírus, terá ido embora?

sicoob

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