Marco Túlio de Freitas Teodoro / Foto: Divulgação

Estudos recentes indicam que a visão responde por 85% da interação com o meio ambiente, sendo fundamental nas relações humanas. A visão configura-se  como um dos sentidos mais importantes, e com o avanço da idade ela sofre as consequências naturais do envelhecimento. Uma dessas consequências é a catarata que acomete o cristalino, que é uma lente natural que todas as pessoas têm dentro dos olhos.

O cristalino é normalmente claro e transparente, e a catarata é justamente a opacidade (perda da transparência) dessa lente natural, impedindo assim a passagem dos raios luminosos que formam a imagem no fundo do olho. “Como esses raios luminosos não conseguem atingir plenamente a retina, o portador de catarata tem dificuldade para enxergar com nitidez. Este processo pode levar anos e muitas vezes não é percebido inicialmente pelo paciente”, explica Marco Túlio de Freitas Teodoro, médico cirurgião da Clínica de Olhos Dr. Marco Tulio C. Teodoro em Vilhena.

“Não é incomum que eu inicie a consulta questionando ao paciente o que foi que a catarata lhe tirou. A pessoa de imediato estranha esta pergunta, mas logo percebe que deixou de fazer coisas do seu cotidiano como dirigir em determinados horários ou ler como fazia habitualmente”, explica o médico.

A catarata é uma das principais causas de cegueira. Estima-se que a catarata seja responsável por 20 milhões de cegos no mundo e 350 mil no Brasil. “Uma em cada cinco pessoas a partir dos 65 anos é afetada pela doença. Após os 85 anos a incidência é de duas a cada três pessoas“, revela Marco Túlio.

TRATAMENTO

Embora não seja possível prevenir ou utilizar medicamentos contra o problema, a boa notícia é que a catarata é uma causa reversível de perda de visão. Ela pode ser tratada através de uma microcirurgia. “Na cirurgia, o que se faz é basicamente substituir a lente natural defeituosa por um implante”, explica Marco Túlio.

Segundo o médico, a operação geralmente é realizada em nível ambulatorial com duração de 10 a 25 minutos. “O procedimento se dá por uma microincisão, em geral de 2.2 mm na junção da conjuntiva e da córnea, onde é introduzida uma sonda que liquefaz o cristalino através de ultrassom, depois procede-se o implante da lente que é dobrada enquanto é injetada dentro do olho no local onde antes tínhamos a lente natural. O paciente sai da sala de cirurgia sem nenhum tipo de curativo, já podendo iniciar o uso dos colírios. A visão costuma retornar em 20 minutos devido ao ofuscamento causado pelo microscópio”, completa.

PREVISIBILIDADE E TECNOLOGIA

Segundo Marco Túlio, o procedimento atual é seguro e conta com excelentes índices de sucesso. “Pacientes com catarata buscam cada vez mais por melhores resultados visuais, com o objetivo, inclusive, de abandonar os óculos após uma cirurgia de catarata. Por isso, nunca foi tão importante trabalhar de forma assertiva para reduzir o erro refrativo com lentes intraoculares de alta tecnologia e com dispositivos que ajudam a posicionar as lentes perfeitamente de acordo com a necessidade de cada paciente”.

Um dos dispositivos que tem sido empregado nas cirurgias responde pelo nome de Verion Image Guided System, um equipamento projetado para oferecer realidade aumentada em diversas etapas da cirurgia, ajudando a minimizar potenciais fontes de erro, permitindo ao cirurgião atingir o melhor resultado possível com o máximo de precisão. “Durante cada etapa da cirurgia o Verion faz ajustes em tempo real, conforme o olho do paciente se movimenta, além disto, possui um sistema de análise de resultados que a cada nova cirurgia aprende a maneira que o cirurgião interage com os olhos provendo resultados mais personalizados e previsíveis” revela Marco Túlio.

Ainda no pré-operatório o Verion captura uma imagem digital de referência em alta resolução do olho do paciente. Esta “impressão digital” do olho servirá para registrar e rastrear o olho durante todo o procedimento, fornecendo uma referência visual que auxilia e guia o cirurgião. O sistema indica onde serão realizadas as incisões, marcações da capsulotomia – técnica usada para remover o cristalino – e do posicionamento correto das lentes intraoculares, principalmente, no caso de astigmatismo ou de lentes multifocais.

“Hoje existe uma integração completa entre os aparelhos, desde a captura das imagens até os dados cirúrgicos que são projetados no novo microscópio LuxOr Revalia, tudo está lá, no campo cirúrgico, não tenho que desviar os olhos para saber em tempo real o que está acontecendo”, explica.

Esta integração permite não somente seguir operando catarata com melhor nível de detalhe e segurança, como também inaugura a possibilidade de cirurgias de polo posterior (cirurgia de retina e estruturas anatômicas do fundo de olho). “Ou seja, somente a partir de agora temos a capacidade óptica de expandir o tratamento da retina aqui no Cone Sul do Estado”, comemora Marco Túlio.

PIONEIRISMO

E a empolgação do médico vilhenense não é para menos. O novo sistema que entrará em operação na sexta-feira 28, em Vilhena representa um grande salto em termos de capacidade óptica para o município, Rondônia, e o noroeste do Mato Grosso. “Este sistema oferece ao médico, e consequentemente ao paciente o que mais interessa num procedimento deste tipo: previsibilidade, consistência de resultados. É uma tecnologia de grandes centros que estará disponível a toda a comunidade”, relata o médico.

Segundo a Alcon, líder mundial em cuidados com os olhos, e desenvolvedora dos equipamentos, Vilhena é a primeira cidade de Rondônia a contar com essa tecnologia de marcação digital do olho. De acordo com a empresa, apenas três equipamentos como este estão instalados em toda a Região Norte do país, sendo dois em Manaus e um em Vilhena.

“Pessoalmente para nós da clínica de Olhos Dr. Marco Tulio C Teodoro é uma honra estar na vanguarda tecnológica. Temos um compromisso com o trabalho realizado por meu pai que nos deixou com a difícil tarefa de seguir ao lado dos pacientes que tanto confiaram nele”, finaliza.

Clinica é pioneira na aquisição da tecnologia / Foto: Divulgação
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