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Pensando em uma escola mais inclusiva, já que na visão da professora Sandra Valéria, uma das mentoras da ideia, os alunos com deficiência têm o direito ao atendimento educacional especializado, adaptação curricular e também devem ser estudantes felizes  com aprendizagens a partir das suas limitações, foi reformada a primeira Sala de Atendimento Educacional Especializado (AEE) em Colorado do Oeste.

Para isso, a educadora contou com o apoio de pais, outros professores, alguns empresários, diversas pessoas que de algum modo ajudaram para o projeto acontecer, associações de mães, o Ministério da Educação (MEC) e a Defensoria Pública de Colorado do Oeste.

Além da educação, as salas AEE mostram que a população também está mais ciente da sua importância quanto às pessoas com deficiência.

“A conscientização se dá principalmente pelas rodas de conversa, palestras e visitas da Defensoria Pública de Colorado do Oeste, pois quando um pai ou um empresário chega, quer conhecer a escola e mostramos o espaço do AEE, ele acaba contribuindo e sente-se motivado, pois já têm noção do que se trata ou do que realmente é necessário. As pessoas estão cientes de que o poder público tem a sua obrigatoriedade, só que tem que fazer pra todo mundo, então, a sociedade pode ajudar de uma maneira mais efetiva, mais próxima. E o fato de a defensora Flávia Albaine ter vestido a camisa por essa luta e por esse projeto, trabalhando essa conscientização na garantia dos direitos das crianças e das pessoas com deficiência, trouxe para o município uma visão diferente, onde as pessoas doam sabendo do porquê estão doando e qual o propósito”, conta Sandra.

Segundo a professora, a sala AEE garante à criança com deficiência o direito de aprender a partir de diferentes metodologias, usando de recursos materiais concretos e permitindo, assim, que a criança aprenda de forma mais contextualizada, superando gradativamente as dificuldades.

Nela, as intervenções pedagógicas são pontuais e permitem juntamente ao trabalho do professor ensinar as crianças a partir do hiperfoco, ou seja, daquilo que a criança gosta e demonstra habilidades em fazer.

“Em tempos de pandemia os profissionais do AEE têm construído os materiais adaptados, jogos e as atividades a partir dos meios tecnológicos têm se tornado presente para atender as individualidades e a interação, que é tão importante”, lembra.

Atualmente, cerca de 35 alunos matriculados na sala são crianças com deficiência, seja ela física, intelectual e/ou de aprendizagem, e as outras 25 são do setor de Psicopedagogia, com dificuldades de aprendizagem e transtornos de aprendizagem.

SALA AEE

Para Sandra, é primordial que nesse ano nenhuma criança fique desassistida quanto ao ensino, já que em 2020 a pandemia deixou algumas “sequelas” na rotina da aprendizagem.

“E pretendemos inovar com atividades de estimulação sensorial, utilizar os jogos estruturados e funcionais para melhorar o desenvolvimento da comunicação,  da interação social e os aspectos cognitivos. Por isso, contamos com o apoio de todos para nos ajudar a melhorar os espaços dos AEEs de todas as escolas com doações de jogos específicos para atender à necessidade desse espaço, com melhorias no espaço físico e também participando dos projetos importantes”, pontua.

Como exemplos ela cita auxiliar pais que enfrentam dificuldades para levar os filhos aos especialistas, doações de equipamentos importantes às crianças que precisam usar braile,  aos que precisam de locomoção como cadeiras de rodas adaptadas à faixa etária da criança, doações de equipamentos tecnológicos, como mesa educacional para explorar as habilidades cognitivas dos alunos, materiais adaptados para crianças com baixa visão, dentre outros, pois se trata de um novo projeto e toda ajuda é válida.

“Esse nosso projeto também tem como objetivo fazer a sociedade sentir empatia, colocar-se no lugar do outro. O pontapé inicial foi dado aqui, na Escola Prefeito Marcos Donadon, mas a ideia é que ele esteja presente em todas as escolas. E onde estamos também é um espaço pequeno, pois temos espaço físico para ampliar o AEE, entretanto, temos que trocar as janelas, pisos e tornar esse ambiente o melhor possível, ou seja, necessitados de muitas parcerias. De um engenheiro até materiais mais específicos de estimulação sensorial, como balanço ninho e outros materiais sensoriais, ainda precisamos de colaboração. E sei que a parceria pode transformar esse sonho em realidade, para levarmos uma educação melhor para as nossas crianças com deficiência”, ressalta Sandra.

De acordo com Flávia Albaine, a Defensoria Pública é instituição de promoção dos direitos humanos e possui o dever de atuar na condição de guardiã da efetivação dos direitos das pessoas em situação de vulnerabilidade, tais como as pessoas com deficiência e outros grupos.

O papel da Defensoria Pública em todo esse processo foi de auxiliar na conscientização da população de Colorado do Oeste sobre a importância da sociedade se mobilizar para a superação das barreiras que ainda dificultam a inclusão social das pessoas com deficiência, o que está de acordo com o atual modelo social de deficiência.

“Eu, no decorrer do ano de 2019, realizei visitas in loco em diversas escolas públicas da região e percebi a necessidade de auxiliar na efetivação do direito à educação inclusiva. Obviamente que o Poder Público tem a obrigação de prestar o direito à educação com qualidade e estamos cobrando isso. Mas, além do Poder Público, a comunidade como um todo também pode dar a sua contribuição por uma sociedade mais inclusiva. Decidimos, então, realizar um trabalho de conscientização da sociedade local por meio da educação em direitos presencial (antes da pandemia) e virtual (principalmente através do canal Juntos pela Inclusão Social no YouTube), além de audiências públicas e diálogos administrativos. Todos importantes instrumentos para a formação da cidadania emancipatória e para a promoção dos direitos humanos. Muitos desses trabalhos de conscientização foram feitos com o apoio e com a parceria da professora Sandra Valéria”, finaliza.

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