Mulher ouvindo música / Foto: Ilustrativa

A arte atua na expressão cognitiva do ser que, ao se apresentar, a outro indivíduo influencia a observar o mundo sob perspectiva semelhante à do artista. A música é uma forma de arte amplamente difundida por culturas de todo o mundo e costuma ser representativa da sociedade à qual o artista pertence. 

No Brasil, predominam as canções feitas por homens e que se inspiram em mulheres, se apresentando comumente de forma machista e pejorativa. Pelo fato de as músicas serem atemporais, as expressões e opiniões nelas contidas vão se perpetuando, dificultando assim a erradicação dos pensamentos preconceituosos e que inferiorizam as mulheres. 

Primeiramente, é importante salientar que as atitudes do indivíduo são resultado da sua construção pessoal, que se baseia em inúmeros fatores, dentre eles podemos citar a leitura, o estudo e a música, aos quais o sujeito tem contato. Nesse sentido, Chimamanda Ngozi Adichie diz que “Se repetimos uma coisa várias vezes, ela se torna normal. Se vemos uma coisa com frequência, ela se torna normal.” Desse modo, é fundamental habituar-se a consumir conteúdos que permitam o desenvolvimento ético e moral de forma positiva. 

Nessa linha de raciocínio, observa-se em inúmeras músicas brasileiras visões negativas referentes às mulheres, tal como a música dos Racionais com a seguinte letra: “Fique esperto com o mundo e atento com tudo e com nada / Mulheres só querem / preferem o que as favorecem / Dinheiro e posse, te esquecem se não os tiverem”. Esta e outras inúmeras canções, ao afirmarem de forma generalizada que as mulheres possuem características insultuosas, as inferiorizam e pregam o conceito de que são de índole duvidosa. Isso pode levar, consequentemente, a julgamentos que antecedem o real conhecimento das características que elas possuem, levando a moldar o pensamento da sociedade de forma negativa sobre a mulher.

É evidente que expressões artísticas que afetam negativamente em tamanha proporção devem ser evitadas. Portanto são necessárias medidas que busquem a erradicação e/ou amenização do efeito que o consumo desses produtos causa. Para precaver, é necessário que as escolas levem os alunos a debater a influência que a arte dispõe na vida dos indivíduos, ajudando-os a selecionar o que irão usufruir. Ademais, o Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos deve, por meio das mídias sociais, disseminar conteúdos que evidenciam o quanto produtos dessa índole prejudicam as mulheres no contexto social, influenciando assim, que não os consuma.

Laís Fernanda da Silveira, aluna do 3º ano do curso técnico em agropecuária integrado, Ifro-campus Colorado do Oeste

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