Urna eletrônica / Foto: Ilustrativa

POLÊMICA

Afeito a criar factoides com situações que aparentemente não são fáceis para comprovação científica ou tecnológica, a exemplo do uso preventivo da cloroquina no tratamento precoce da Covid, o presidente Jair Bolsonaro agora insiste que o sistema eletrônico das urnas brasileiras é passível de fraude. E garante que na eleição passada, em que conseguiu a vitória, houve fraude. Esses factoides servem de motivação para que os seguidores do presidente ocupem as ruas, embora cada vez é número menor.

LIVE NA MENTIRA

Uma live feita pelo presidente Jair Bolsonaro, quinta-feira passada (27), voltou a espinafrar o sistema de votação eletrônica e cobrar o voto impresso. Na live Bolsonaro havia prometido apresentar as provas das supostas fraudes na segurança do sistema eleitoral brasileiro. O que se viu, no entanto, foram ilações vazias, que foram desmentidas imediatamente em tempo real pelo perfil do Tribunal Superior Eleitoral no Twitter.

PACOBA

Após a aparição do presidente nas mídias sociais com ar beligerante, aliados preocupados com o desgaste pediram para que ele (Bolsonaro) parasse com suas denúncias (mentiras), evitando confronto com a corte superior eleitoral: em vão. Bolsonaro, além de continuar tripudiando contra o presidente do TSE, manteve todas as denúncias da suposta fraude sem apresentar um indício mínimo de plausibilidade e ainda passou um pito mandando que o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, baixasse a crista. Um pito típico de ditadorzinho de republiqueta pacoba.

SEGURANÇA

No mundo virtual não são raras as constatações de que a segurança é violada. Aliás, as provas de violação têm gerado bilhões de investimentos na automação bancária, por exemplo. No caso das urnas eletrônicas, diferente das máquinas conectadas na rede mundial, as urnas não compõem a rede. Portanto, por serem logadas individualmente a possibilidade de fraude está afastada, exceto na manipulação humana de sua programação que é acompanhada por fiscais partidários, assim como em suas lacrações.

DEVAIRADOS

Nenhum político com o qual este cabeça chata trabalhou em campanha alegou que perdeu em razão de fraude nas urnas. As campanhas estão profissionalizadas e os métodos estatísticos para apurar o humor eleitoral são exatos. Esta gritaria pelo voto impresso é lorota. Papo furado. Coisa de maluco que procura pelo em ovo para manter acesa esta polarização de jumentos desvairados.

LOROTA

O candidato faz pesquisa para consumo interno e sabe antecipadamente se fracassará ou não no dia da eleição. Os que alegam serem vítimas de supostas fraudes, basta analisar sem paixão, perderam suas eleições porque não fizeram o dever de casa. É elementar colocar a culpa em algum fator de difícil comprovação para mascarar os próprios erros. Marcos Rocha, por exemplo, saiu da condição de azarão do pelotão dos desconhecidos para ser catapultado a governador e nem por isso o candidato por ele derrotado usou a lorota de fraude nas urnas para justificar a fragorosa derrota.

ESTRATÉGIA

As urnas podem até ser violadas, mas é lorota de que alguém aqui perdeu as eleições em razão disso. Quem perde lambe as feridas e escamoteia a verdade para justificar a derrota. Exceto Bolsonaro, que, mesmo sendo vencedor, acha que venceu numa eleição fraudada. Será? E os petistas acham mesmo que foram fraudadas por um golpe judicial. Aliás, esta polarização de versões alimenta os extremos e anula o centro. Daí a estratégia de aumentar o tom com dedo em riste contra a democracia.

SUSPENSÃO

Na coluna anterior anunciamos que o Tribunal de Contas do Estado havia anulado a audiência pública convocada pela prefeitura municipal da capital para debater a contratação de empresa de recolhimento do lixo do município. O CREA requereu sim a anulação da audiência devido à falta de transparência nas discussões, mas até o momento o TCE não decidiu. Erramos ao antecipar uma decisão que sequer saiu.

ANORMAL

Os críticos desse processo para a contratação da empresa do lixo na capital alegam que a audiência pública, fundamental na legalidade do certame, ocorreu num final de tarde de uma sexta-feira com restrições às pessoas debaterem os temas e os pontos contratuais com mais profundidade. Não é normal mesmo convocar para debater sobre um tema desta importância para o município e os munícipes com restrições de tempo para perguntas e num final de tarde qualquer. É preciso transparência com discussão mais ampliada. De preferência transmitida pelas mídias sociais devido às restrições impostas pela pandemia.

VASSALAGEM

O Governo do Estado não deveria transformar a questão do retorno presencial dos estudantes rondonienses numa questão ideológica. O debate tem que ser sanitário, com variáveis técnicas e estatísticas de pessoas vacinadas. Rondônia é um dos estados que menos vacinou e o mundo voltou a ficar de alerta com a chegada do vírus Delta, classificado como o mais letal de todos os conhecidos. Os professores da rede estadual e municipal estão sendo vacinados, o que é muito bom, mas as crianças e os adolescentes não. Voltar às aulas presenciais sob o pretexto de vassalagem política é condenar à morte nossos filhos para fazer graça a um pai presidencial que não põe limite aos seus rebentos. Aulas, sim. Quando todos estiverem seguros para que alunos não virem estatísticas de óbitos. Estamos ainda numa pandemia, não é uma gripezinha qualquer, embora tenhamos governador que tripudie da doença por pura vassalagem.

CIVILIDADE

Encontrei o Secretário de Estado da Saúde, Fernando Máximo, embarcando do aeroporto da capital federal em direção ao de Porto Velho, sem aquele indefectível gorro. Educadamente o secretário cumprimentou as pessoas da fila do embarque (mesmo não me reconhecendo), inclusive eu. Foi uma troca de cumprimentos civilizada como requer a boa etiqueta. Máximo estava retornando depois de dias exaustivos perambulando pelos ministérios afins em busca de recursos e vacinas. Não sei se a viagem foi exitosa, entretanto, nosso primeiro encontro cara a cara foi fraterno, apesar das críticas ácidas que a coluna faz.

SEQUELAS

Cresce a pressão entre os tucanos para que o prefeito da capital, Hildon Chaves, seja candidato a candidato a governador. A pressão tende a aumentar na medida que o calendário eleitoral se aproximar de 2022 e pode provocar racha entre os partidos que hoje dão sustentação à administração municipal de Porto Velho porque o grupo trabalha hoje para viabilizar a postulação​ do senador Marcos Rogério (DEM). A pressão vai ser grande, de todos os sentidos, inclusive para que não dispute o pleito estadual. Um racha nesse grupo deixa sequelas tão profundas que provavelmente afetará as candidaturas. Exemplos é que não faltam.

AVALIANDO

Em conversa com este cabeça chata o ex-governador Daniel Pereira revelou que avalia o cenário estadual para definir o cargo que pretende disputar em 2022. A princípio está disposto a disputar uma vaga de deputado federal e, dependendo do cenário, não descarta a senatorial. Enquanto avalia e não decide, está aí um bom nome para compor uma chapa majoritária na condição de vice. Embora tenha estofo para almejar a titularidade.

LAÇOS

Depois de anos atritados, acertamos as diferenças por telefone e programamos um encontro neste final de semana próximo regado a umas geladas. Daniel cumpriu com dignidade os cargos de deputado, vice-governador e de governador. Errou na relação comigo, mas agora, após quatro anos de desentendimentos, reatamos uma relação respeitosa que começou trinta anos atrás através de lutas que se projetaram ao tempo.

sicoob

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