Ronildo Macedo e Eduardo Japonês / Foto: Divulgação

Em entrevista concedida nesta noite desta terça-feira, 03, ao Extra de Rondônia, o presidente da Câmara de Vilhena, Ronildo Macedo (PV), fez diversas acusações contra o prefeito Eduardo Japonês (PSC), afirmando que se trata de questões que ele investiga há cerca de um ano.

Macedo enumera problemas nas secretarias de Obras, Saúde e Agricultura, assim como afirma que o prefeito não cumpriu com o pagamento das emendas impositivas do orçamento do ano passado, declarando que todas as situações são “gravíssimas”.

A gota d’água para tirar Macedo do sério foi a recusa de Eduardo em atender a convite do Parlamento para dar explicações na sessão realizada na manhã desta terça-feira, 03, atitude que ele classifica como “covarde”.

Segundo o presidente do Legislativo, há irregularidades no pagamento de serviços da reforma do Hospital Regional, especificamente, na cobertura, cujo processo foi eivado de irregularidades, com a inclusão de aditivo sem atender às normas legais. “Não passou por fiscalização e nem constou no diário da obra, além de não ter orçamento previsto para tanto”, explicou.

Mesmo assim, ele afirma que a empreiteira – “que não tem nada a ver com a irregularidade” – recebeu mais de R$ 100 mil pelo serviço oriundo de um processo “totalmente irregular”.

Ainda, sobre a reforma do Regional, ele afirma que há suspeita com relação a realização do piso, posto que no “processo original constavam 50 metros e depois houve um aditivo de mais quinhentos metros, algo que precisa ser averiguado com rigor”.

Ele acrescenta que se tratam de recursos federais, oriundos de emendas da ex-deputada federal Marinha Raupp e do ex-senador Valdir Raupp, o que corresponde a dizer que se ficar comprovada alguma ilegalidade o caso passa à alçada do Ministério Público Federal e até mesmo da Polícia Federal.

AGRICULTURA E OBRAS

Com relação a secretaria municipal de Agricultura (Semagri), Macedo garante que houve irregularidades também no processo de documentação entregues recentemente, apesar de não especificar exatamente qual seria o problema, mas afirmando que há problemas neste procedimento.

Ele também fala que existem questões que precisam ser explicadas relacionadas a secretaria de Obras, “pois o Marcelo Boca (secretário) esteve na Câmara recentemente e não conseguiu deixar nossas dúvidas sanadas, além da administração encaminhar à Casa um processo estranho para calçar as afirmações do secretário”.

O presidente também reclama da falta de pagamento das emendas impositivas do orçamento do ano passado, que em tese deve ser efetuado obrigatoriamente sem adiamentos.

BENEFÍCIO DO CARGO E “GATO”

Mas, no ponto em que Ronildo é mais incisivo diz respeito a eventual uso do cargo por parte de Eduardo para se beneficiar.

Segundo o presidente, a atual administração tem sido intransigente com o empresariado em geral na cobrança de alvarás de funcionamento e “habite-se”, enquanto a empresa de Eduardo está com toda a documentação irregular.  “Agora sim a gente entende e acredita naquela história do ‘gato’ que o prefeito fazia para não pagar energia, porque ele é um picareta com seus negócios”, dispara Macedo.

Ele comentou o convite que fez ao mandatário municipal e afirmou que na sessão de terça-feira seria o local e dia em que Eduardo Japonês seria confrontado na Câmara de Vereadores com essas denúncias, “mas o prefeito se acovardou e usou uma desculpa para não atender nosso chamado”.

CPI

Diante disso, Ronildo afirmou que estará encaminhando as denúncias à Comissão de Constituição e Justiça do Legislativo (CCJ), e vai trabalhar no sentido de propor uma Comissão Parlamentar de Inquérito (PCI) para investigação dessas e outras situações que possam surgir, com pedido de afastamento imediato do prefeito do cargo.

Paralelo a isso, ele vai encaminhar toda a documentação que dispõe acerca destes casos ao Ministério Público para averiguações. “Estou afastado do grupo político do prefeito há um ano, justamente quando comecei a perceber coisas erradas acontecendo, e precisei desse tempo para levantar informações e averiguar denúncias, ao mesmo tempo em que acompanhava o desenrolar destas situações. Agora, chegamos ao limite, e eu tenho de cumprir com minha função de vereador, tomando providências cabíveis para conter essas irregularidades pelo bem de nosso município”, finalizou Macedo.

 

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