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O músico Assis recorda os tempos em agitava a cidade/Foto: Extra de Rondônia
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Fevereiro é mês de carnaval. Mas não em Vilhena. Já faz quase uma década que aqui não tem a folia.

A última vez que a prefeitura promoveu carnaval de rua houve violência e morte na rua. O que parece ter contribuído para desestimar a festa nos anos seguintes.

Mas, a bem da verdade, a cidade nunca foi muito carnavalesca, se comparada, por exemplo, com Porto Velho. A capital respira festa e “para” para brincar na ‘Banda do Vai Quem Quer’, o maior bloco da região Norte do país, com mais de 120 mil brincantes.

Mas houve um tempo — lá no início da década de 1980 — que houve um esboço da maior festa do mundo em Vilhena. Principalmente no Clube Municipal, em que os blocos e foliões se divertiam ainda nos tempos das clássicas marchinhas.

Um dos pioneiros do samba por aqui é o servidor público Francisco de Assis Gomes de Melo, ou simplesmente Assis. Um tocador de banjo e cavaquinho de mão cheia.

Assis nasceu em Porto Velho — taí aí explicado seu apreço pelo mundo do samba. Ele conviveu com “bambas” como Bainha, Zé Katraca, Ernesto Mello e tantos outros da cena cultura porto-velhense. E para completar, o músico é filho do bairro do Triângulo e morou nos bairros Areal e Mocambo, redutos da boemia na capital rondoniense. “Toquei muito no Mercado Cultural e em bares e, com menos de 20 anos de idade, vim trabalhar e morar aqui em Vilhena”, narra o artista.

Logo, no início da década de 1980, Assis montou um boteco na avenida Major Amarante chamado “Cubículo do Chico”. Foi ali que a folia começou com uma roda de samba regada a cerveja e as delícias que o próprio Assis preparava. “Tinha caldo de mocotó, caldeirada de tambaqui. Enfim, era um pedaço de Porto Velho em Vilhena”, relembra.

O músico também tem recordações dos velhos companheiros que o acompanhavam nas cantorias. “Havia dois Jesus: o advogado e o dos bombeiros. Tinha o Ronaldão, o Assis da Sucam. Ah, era uma turma boa que compunha o grupo ‘Sob Medida’”, relembra, cheio de saudades. O repertório contava com músicas consagradas por Beth Carvalho, Fundo de Quintal, Almir Guineto, Martinho da Vila e tantos outros.

A folia não se restringia ao barzinho. O grupo também agitava o carnaval de rua. Os desfiles aconteciam na Major. Inclusive, o advogado Reginaldo Jesus — que compunha o grupo de pagode — chegou a ser Rei Momo em Vilhena.

O sambista  Assis abandonou a boemia. “Aos poucos, fui me desligando. Trabalhei em muitos órgãos públicos. Comecei no Banco Financial e depois passei a ser inspetor de alunos, trabalhando em escolas estaduais Álvares de Azevedo, Cecília Meireles e Marechal Rondon. Também sou parte da história”.

Hoje aos 62, Assis frequenta há três anos uma igreja evangélica. “Sou presbítero”, esclarece. E o samba já não tem vez na sua vida. Mas, confessa: “Fui tudo muito bom”.

Atualmente, a vida em Vilhena termina mais cedo até durante o carnaval. É uma característica da cidade. As ruas ficam desertas quando é madrugada. As baladas mais animadas acontecem sob o ritmo sertanejo, que também predomina nos bares e restaurantes.

E, no geral, fora da cultura profana, o que mais se tem no município são cultos evangélicos e, na fase carnavalesca, há vários retiros espirituais promovidos pelas igrejas.

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