Daniel Azevedo Lôbo,  procurador do Ministério Público Federal (MPF)
Daniel Azevedo Lôbo, procurador do Ministério Público Federal (MPF)

“O desenrolar das investigações aponta para a existência de uma administração paralela dentro da prefeitura de Vilhena”. Estas palavras resumem de forma precisa os acontecimentos recentes que causam comoção aos moradores de Vilhena, após ações policiais que já resultaram em prisões de autoridades e pessoas de destaque da sociedade local.

Segundo o procurador federal Daniel Azevedo Lôbo, é grande a quantidade de inquéritos em tramite, são muitos os investigados, e ainda não é possível calcular o montante de recursos que podem ter sido desviados dos cofres públicos. “Mas, caso se confirmem os indícios, os números são imprecisos, apesar de tal fator ser irrelevante. Corrupção é corrupção, e trata-se de um crime grave e altamente prejudicial à sociedade, não importando muito quantas vezes determinado número de pessoas desviou tal valor”, avaliou.

O procurador deixou claro que uma espécie de “teia” pode ter sido criada pelo que ele denominou como “organização criminosa que se estabeleceu para cometer fraudes e desvios de verbas públicas no Município”.

O esquema está ramificado em vários departamentos da administração, sendo que um dos mais importantes focos da suposta sangria estava estabelecido na Secretaria Municipal de Saúde. “Mas há outras áreas onde podem haver desvios importantes é na Educação, com verbas do Fundeb. É o caso de aquisição de ônibus e talvez até em contratos de terceirização de transporte escolar”, disse.

O promotor federal declarou que há investigações que envolvem o prefeito Zé Rover, mas por enquanto ainda não existem comprovações. “Nenhum dos acusados implicou diretamente o prefeito, mas os procedimentos continuam e as coisas podem mudar. É preciso que se entenda que as coisas estão acontecendo muito rápido e de forma avassaladora. Há poucos dias eu não poderia imaginar que em tão curto espaço de tempo haveria prisões de integrantes do primeiro escalão”, complementou.

Daniel Azevedo também informou que “por enquanto” nem o vice-prefeito Jacier Dias ou qualquer um dos vereadores está sendo acusado formalmente. Sobre Jacier ele não fez referências no sentido da existência de investigações, o que não acontece no caso de parlamentares. “O vice-prefeito até está colaborando com as investigações, e contribuiu para que um servidor municipal estabelecesse acordo de delação premiada com a justiça, desencadeando no episódio da empresa Tend Tudo Assessórios, que já está em fase mais adiantada. No caso de vereadores, há investigações em andamento, mas por enquanto nenhum inquérito formal”, explicou.

Finalizando, o procurador declarou que, apesar da suposição de existência dos desvios não haverá nenhum procedimento formal no sentido de bloquear o encaminhamento de mais recursos federais ao Município decorrente dos convênios já firmados.

Ele também confirmou que há inquéritos que apuram casos ainda do primeiro mandato do prefeito Zé Rover e até mesmo de administrações anteriores, deixando a entender que podem haver até mesmo pessoas da atual gestão envolvidos em casos do passado.

 

Fonte: Extra de Rondônia

Foto: Extra de Rondônia

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