O requerimento proposto por um eleitor do município de Colorado do Oeste pedindo a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) contra a atual presidente do poder legislativo, Mariley Novaki Lima (PT) vai ficar pra semana que vem.
Segundo o vereador Almiro Dias da Silva (PSD), o Almiro da Cafeeira, como é conhecido, a presidente da casa não aceitou a inclusão do pedido na pauta da sessão desta segunda-feira, 4. “Ela desrespeitou o direito da casa; sequer pediu a opinião dos demais vereadores sobre o assunto. Simplesmente não aceitou”, reclamou o parlamentar favorável à CPI.
Embora Almiro reconheça que esse é um direito do presidente da casa, o vereador demonstrou muita insatisfação acerca do posicionamento da colega de mandato. Almiro Dias explicou que trata-se de um assunto importante e que a comunidade exige respostas.
Ainda segundo o vereador, a presidente do poder legislativo explicou que o requerimento deverá ser protocolado na câmara de vereadores até a sexta-feira, 8, para que seja incluído na pauta da próxima sessão, a qual acontecerá na segunda-feira, 11.
Questionado se dará continuidade à tentativa de instauração de uma CPI, o vereador foi enfático. “Agora que teremos tempo, vamos melhorar os alicerces deste requerimento para que não haja nenhum tipo de contestação sobre ele”, garantiu.
Por telefone, a equipe de reportagem do Extra de Rondônia que estava na sessão de Colorado do Oeste explicou que o encontro foi bastante acalorado. Com plenário lotado, poucos vereadores contaram com o respaldo dos presentes, que não economizaram nas vaias e manifestações contrária ao posicionamento de não discutir sobre o pedido de CPI.
Caso Mariley seja afastada das funções de presidente da câmara de vereadores, quem assume a administração é o vice, Baiano Leiteiro (PCdoB). A presidente do poder legislativo preferiu não falar com a equipe de reportagem desta página eletrônica no final da sessão desta segunda. Ela disse apenas que irá entrar em contato com a redação do jornal nesta terça-feira. O Extra de Rondônia deixa espaço aberto para as declarações da vereadora.
O CASO
Mariley Novaki Lima está sendo investigada pelo Ministério Público (MP) por conta de um processo relativo à manutenção da rede elétrica do prédio do poder legislativo local. Na manhã do dia 1º de abril a Polícia Militar (PM) cumpriu mandado de busca e apreensão na câmara de vereadores para pegar o processo que regulamentava a obra.
O que chamou a atenção foi a velocidade com a qual o serviço, bem como o processo licitatório, foram executados. Os trabalhos começaram no dia 29 de dezembro do ano passado, exatamente no mesmo dia em que foi aberta a licitação para a mesma obra. Dois dias depois, a licitação estava pronta e o pagamento, quase R$ 50 mil, foi liberado à empresa vencedora da oferta.
O MP diz que há sérios indícios de irregularidade no processo, que está em poder da justiça para que possíveis provas não fossem adulteradas a fim de encobertar qualquer indício de fraude. A segunda fase da investigação consiste no depoimento dos envolvidos no caso.
Texto: Extra de Rondônia
Foto: Arquivo
