Além da busca e apreensão no órgão estadual, cerca de treze agentes de Polícia Civil (PC) e três delegados buscam provas também na casa de dois servidores que, por mandado judicial, também foram afastados das funções públicas e proibidos de se aproximarem de quaisquer unidades da SEDAM em todo Estado, além do uso de tornozeleira eletrônica.

Na manhã desta sexta-feira, 17, a Polícia Civil em Vilhena deu início à Operação Floresta Nativa, que juntamente com curadoria do Meio Ambiente do Ministério Público na Comarca de Vilhena, investigam fraudes na concessão de autorizações especiais para limpeza de áreas rurais, expedidas pelo órgão ambiental.

Em seis casos já confirmados, o engenheiro florestal e o ex-chefe Regional da SEDAM, na cidade de Vilhena, são suspeitos de concederam falsas autorizações especiais para limpeza de mais de dois mil hectares de supostas áreas de “pasto” ou de “capoeira”, mas que  a realidade tais autorizações falsas acobertaram verdadeira destruição de florestas nativas em todo cone sul do Estado de Rondônia.

As suspeitas tiveram origens durante inspeções da Polícia Ambiental nas referidas áreas, nos anos de 2015 e 2016, quando das autuações administrativas de áreas supostamente desmatadas, os proprietários apresentavam “autorizações especiais” expedidas pela SEDAM de Vilhena, atestando que as áreas eram anteriormente meras áreas de vegetação rasteira, denominada “Capoeira”.

Após as autuações, os policiais ambientais passaram a sofrer ameaças de  retaliação política, inclusive dos investigados, funcionários da SEDAM, para que as fiscalizações fossem amenizadas e as multas diminuídas, pois tais fiscalizações ambientais poderiam prejudicá-los, já que estariam mexendo com pessoas “influentes”.

Realizadas as denúncias, a Polícia Civil instaurou inquérito policial e passou a investigar os fatos, juntamente com apurações realizadas em inquérito civil pelo Ministério Público na comarca, comprovando, até o momento, que varias autorizações especiais falsas para limpezas de áreas expedidas pela SEDAM acobertaram verdadeiros desmatamentos em florestas nativas.

Segundo o Delegado de Polícia Civil, Fábio Campos, que coordenou a operação na manhã de hoje, em Vilhena: Inadmissível que o  servidores do próprio órgão ambiental, sustentado com dinheiro público, para fiscalizar o meio ambiente, possam promover e acobertar tamanho desmatamento, através de tais autorizações falsas, comprovadas pericialmente, inclusive.

Por isso, essas medidas urgentes tomadas na investigação, a qual demonstra que pode ser somente a “ponta do iceberg” e, com tempo, serão todos investigados e inclusive os proprietários de terras desmatadas responderão pelos crimes praticados”.

Fonte: Polícia Civil

Foto: Extra de Rondônia

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