Lazer, história e meio ambiente em um espaço que aos poucos atrai os vilhenenses.

Vilhena recentemente ganhou mais uma opção de lazer: o Parque Ecológico Municipal. Criado inicialmente para integrar um conjunto de loteamentos (Barão do Melgaço I, II e III) foi “adotado” pelo Município como projeto da Prefeitura que visa à integração do meio ambiente, seu patrimônio histórico e lazer, que criará um circuito que interligará o Parque Ecológico Municipal ao Museu “Casa de Rondon” e a praça a ser construída ao lado do lago da Macrodrenagem da cidade, que captará a água proveniente das chuvas e canalizará para o Rio Barão do Melgaço.

O Parque Ecológico, ainda em construção, se localiza em uma área de transição, na qual possui dois tipos de vegetação: a do cerrado e mata amazônica, principalmente aquela característica de beira de rio, que garante diversidade de fauna e flora.

Além da vegetação nativa, o parque tem um amplo gramado, além de uma estrutura que virá a ser um lago e uma passarela de madeira que fica acima do Rio Barão do Melgaço, com cerca de 100 metros de comprimento, que permite aos visitantes circular sobre o rio, numa altura média de 3 metros. Foram abertas pequenas trilhas, mas ainda não exploradas oficialmente, mas que serão utilizadas para explorar ainda mais as possibilidades do espaço.

Desde o fechamento do Museu “Casa de Rondon” para visitação pública e consequentemente do zoológico que havia lá a cidade não dispunha de ambientes públicos abertos. Embora a cidade tenha 12 praças públicas, um ambiente como este fazia falta para a comunidade.

A INICIATIVA

A iniciativa de construção do Parque foi de Dari de Oliveira, através do empreendimento Barão do Melgaço, do qual fazem parte três loteamentos que margeiam o Rio Barão do Melgaço e tem o Dari como sócio.  O projeto previa uma área de convivência comum para os três conjuntos.

Quando “Seu Dari”, como é conhecido, apresentou o projeto para as autoridades municipais o prefeito José Luiz Rover se interessou pela proposta e sugeriu que o município adotasse e ampliasse o projeto, na forma de um circuito ambiental e histórico.

Em 2015 Dari assumiu Secretaria de Obras e Serviços Públicos (SEMOSP) e passou a coordenar pessoalmente a construção do Parque que agora seria interligado ao Museu e ao lago da Macrodrenagem. Foi aberta a área para a colocação de grama e construída a primeira etapa da passarela de madeira, que ia até a metade do atual caminho. Com a entrada da equipe da prefeitura a passarela foi completada e as entradas para o parque, antes precárias agora dão melhor acesso ao mesmo.

Com a iminência do término das obras e a inauguração oficial do parque – previsto para novembro – já estão encaminhados a minuta do Decreto de criação do Parque e o regimento que atribuirá às competências dos órgãos municipais no espaço. A Secretaria Municipal de Esportes e Cultura (SEMEC), que hoje cuida da agenda e pequenas manutenções de praças públicas, seriam responsáveis também por manter o parque, mas devido o pouco efetivo pessoal da secretaria, bem como as demandas do local – segundo seu secretário Welliton Oliveira Ferreira – se tornaria inviável, portanto a SEMOSP, juntamente com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente – que orientará o paisagismo e os cuidados ambientais.

À SEMEC e a Fundação Cultural de Vilhena (FCV) caberá apenas a promoção de atividades de lazer no parque, que serão iniciadas assim que o parque for inaugurado e a administração do Museu, bem como a conservação de seu patrimônio histórico.

COMO A COMUNIDADE CONHECEU

A rodovia que dá acesso ao Parque Ecológico (BR 174), que na zona urbana tem o nome de Avenida Jô Sato, além do acesso aos loteamentos já referidos, é a única via asfaltada que leva até a zona rural Norte do município e também é por onde se acessa ao Aeroporto Brigadeiro Eduardo Gomes. Com o grande número de pessoas que circulam por esta via se despertou a curiosidade de algumas para conhecer ambiente. Além disso, o parque fica ao lado do campus de Vilhena do Instituto Federal de Rondônia (IFRO), que conta com mais de 700 alunos.

Marcos Leandro Gregi, piloto, foi uma dessas pessoas atraídas pela curiosidade – “Eu passava por aqui e fiquei curioso com o espaço e um dia vim passear com minha filha e acabei gostando, venho todo domingo para cá. Nem sabia que se tratava de um Parque Ecológico” – e disse a cidade precisava de um espaço assim, para atender à população e que falta infra-instrutora, com mais trilhas, mais passarela e uma “tirolesa”, mais opções de diversão.

Já Débora Raquel Romano, pedagoga, soube da existência do parque através de amigos que visitaram o parque e lhe recomendaram como espaço belíssimo, uma alternativa saudável para os visitantes vilhenenses e também para quem vem de fora do município. Débora achou importante a integração com a natureza que o espaço proporciona, mas lamenta o comportamento que algumas pessoas tomam no lugar, como jogar lixo nas áreas de água e na mata.

Tal situação foi percebida pela reportagem, que percebeu latas de bebidas, plásticos e até uma fralda descartável jogada no leito do Rio.

O Secretário de Obras, Dari, garantiu que serão instaladas lixeiras nas passarelas e também próximo ao gramado, e a SEMMA vai trabalhar com a conscientização ambiental dos visitantes do parque. Lembramos também que o parque está sobre uma nascente de rio, o que pode contaminar e até mesmo extinguir o rio, se nada for feito quanto à preservação do local. Várias pessoas levavam sacolas para depositar seu lixo, para não deixar no ambiente, até mesmo por consciência que lá há muitos pássaros e animais circulando na floresta, como porcos do mato, cotias e outros pequenos mamíferos e répteis, como cobras e lagartos.

Outro ponto deficiente é a segurança do ambiente quando escurece, pois o mesmo ainda não possui iluminação e o projeto mais próximo para atender a esta demanda só atinge a rodovia que passa em frente ao espaço. Quando anoitece é visto que chegam várias pessoas, inclusive menores que fazem o uso da escuridão para praticar atos que nem sempre são sadios.

O CIRCUITO

O Circuito pretendido do parque será feito através de uma estrada que liga o projeto ao Museu “Casa de Rondon”. A distância entre esses pontos é de cerca de 800 metros e é por si só um aprendizado sobre a natureza, uma vez que você sai de um ambiente de flores fechada e chega em uma área tipicamente de cerrado, que entorna o Museu.

Justamente nesta área de transição é onde se encontra o início da área militar que pertence à Aeronáutica, que indiretamente é responsável pelo Museu não estar aberto. Como está em área militar o Museu não pode receber recursos municipais para reformar e revitalizar o espaço o processo de doação do terreno da área do mesmo corre lentamente pelos trâmites burocráticos. Há sete anos o Município deseja reverter a área para uso da comunidade, que além do museu teria acesso a uma praça que seria construída do lado da lagoa da macrodrenagem, o que ampliaria ainda mais as possibilidades do parque ecológico.

Tal circuito seria fundamental para uma cidade que foi importante para o progresso do estado de Rondônia e tem um peso histórico pouco reconhecido e também a parte de conscientização ambiental traria mais conhecimento aos cidadãos vilhenenses, estabelecendo um contato com a natureza que ajude a preservar a cidade que tanto sofre com a monocultura da soja e da pecuária de corte.

O Museu Casa de Rondon

Teve sua construção iniciada em 1909 e oficialmente inaugurada em 12 de outubro de 1911, e serviu como uma das estações telegráficas que ligaram Cuiabá a Porto Velho via telégrafo, obra da Comissão Rondon. O telégrafo funcionou por pouco tempo e a casa foi habitada até os anos 50. A casa então foi abandonada e foi reconstruída no final dos anos 70 e servia como local de lazer dos vilhenenses, vindo a ser criado o Museu “Casa de Rondon” e Zoológico Municipal que aumentou as visitas no espaço.

Em 1996 o zoológico foi fechado e a casa novamente voltou ao ostracismo e no ano de 2005 a área pertencente ao museu foi passada para o domínio da Aeronáutica e desde então o Município tenta reaver a posse do mesmo. No fim de 2015 o Museu passou a pertencer ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional o que favorece a Prefeitura a solicitar com mais veemência a área onde está instalado o prédio histórico mais importante da cidade.

 

Fonte: Extra de Rondônia

Texto e Fotos/João Carlos Regert Neto e Petter Vargas

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