Evento chega a custar R$ 40 mil às coligações. Quanto maior a carreata, mais cara ela se torna

Já é tradição entre as equipes políticas encerrar seus atos de campanha eleitoral com uma carreata nas ruas. O evento tem como finalidade manter a equipe unida, aumentar o calor humano entre apoiadores e eleitores, convencer o eleitorado indeciso, mas principalmente mostrar força e volume para quem quer que seja.

As carreatas geralmente são fatores preponderantes para uma eleição – como aconteceu em Vilhena no ano de 2012, quando o então prefeito Zé Rover (PP) realizou uma das maiores carreatas políticas da história do Município. O ato contou até mesmo com um avião sobrevoando a cidade. Acredita-se que o evento foi o que garantiu a reeleição de Rover –  mas também são um desperdício de dinheiro sem tamanho.

Em épocas de grande crise econômica, racionamento de combustível e a massificação do discurso de políticas limpas e novos rumos para a administração pública, as tradicionais carreatas parecem estar com os dias contados.

Mesmo ambas as coligações tendo marcado circuito por onde devem passar, apenas a coligação de Eduardo “Japonês” confirmou o evento político. A equipe de Rosani Donadon descartou a possibilidade. Segundo membros da coligação, não há dinheiro nem combustível para realizar a carreata.

Em conversa com motoristas nas filas dos postos de combustíveis da cidade, a equipe de reportagem do Extra de Rondônia constatou que além de irritados com a política, os moradores da cidade reprovam esse tipo de evento das coligações. “É muita arruaça, além de ser perigoso. Isso foge do debate político, gera muita sujeira na cidade e não traz nada de positivo”, disse a servidora pública Maria do Carmo Borges da Silva.

O mecânico Antônio Cavalcante dos Reis também é contrário ao evento. “Passei a noite na fila na tentativa de abastecer o carro para conseguir ir pro trabalho e levar meus filhos à escola durante a semana. Agora eu pergunto: como esse povo conseguiu gasolina pra carreata se não tem em lugar nenhum?” questiona.

 

Autor e fotos: Extra de Rondônia

sicoob