Em Vilhena, a parceria entre a “MFM Soluções Ambientais”, Serviço Autônimo de Água e Esgoto (SAAE) e a Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis (Recicoop-Sul) está qualificando o trabalho das pessoas que vivem da coleta de materiais recicláveis no município.

A dura realidade do lixão a céu aberto na cidade – já desativado – deu lugar às condições dignas para continuar retirando sustento do lixo. A começar pelo novo local de trabalho, a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e, claro, a boa relação entre os parceiros.

No galpão de triagem do aterro sanitário da unidade de Vilhena, da “MFM Soluções Ambientais”, 18 catadores já fazem a seleção de cerca de 50 toneladas de resíduos urbanos destinados ao local, todo mês.

“A quantidade de material selecionado que atualmente não chega a 3%, pode ser bem maior com a organização do sistema, incluindo o de coleta seletiva”, conta Emerson Krefta, presidente da Recicoop-Sul.

Pensando nisso, Emerson estima agregar mais 12 catadores no projeto. O que seria um número de cooperados ideal, segundo o presidente, considerando também a questão da renda mensal. “Atualmente, cada catador recebe cerca de R$ 1.100,00 por mês, no rateio da cooperativa”, revela.

Antes, quando os catadores realizavam seu trabalho no lixão, a maioria dos trabalhadores ganhava em torno de R$ 500,00 mensais.

Dona Cleusa da Silva, de 49 anos, é uma das beneficiadas com o trabalho na central de triagem. Ela foi catadora de lixo durante 22 anos em lixão, numa vida ‘tomando’ sol e chuva, exposta a doenças. Agora, Cleusa sabe que pode mais: “Podemos mesmo, muito mais com essa parceria, e só de trabalhar dignamente, já é um grande recomeço”.

Logo, será a vez dos catadores de recicláveis de Cacoal e Ji-Paraná, na região central do Estado, receberem os benefícios, por meio das parcerias que vão movimentar os galpões de triagem dos aterros sanitários da MFM nestes dois municípios.

 

Lixão: vida clandestina e insalubre

 Muitos catadores de recicláveis ainda trabalham em áreas de lixões em Rondônia, com destaque para Porto Velho e Ji-Paraná.  Sempre de forma clandestina e sem nenhuma assistência. A reportagem do G1 RO conta que o ‘Lixão da Vila Princesa’, em Porto Velho, as margens da BR-364, recebe 19 mil toneladas de lixo urbano todo mês.

A Vila Princesa é composta por 380 famílias e 90% delas trabalham direta ou indiretamente com o lixo reciclável, conforme Toni Santos, um dos representantes da cooperativa que funciona no local.

Os catadores fazem a seleção de materiais recicláveis, muitas vezes sem proteção, ‘tomando’ sol e chuva.

A contaminação pode ser inevitável e gerar patologias como a cólera, febre tifóide, giardíase e leishmaniose, e o contato direto com materiais perfuro cortantes aumenta o risco de causar hepatites.

 

Texto e foto: Assessoria

sicoob