Professor Sandro Adalberto Colferai

Na manhã desta quinta-feira, 18, a equipe do Extra de Rondônia entrevistou o professor, Sandro Adalberto Colferai, do campus da Unir de Vilhena, para falar da extinção do curso de jornalismo e sua instalação na cidade de Porto Velho.

A extinção foi decidida pelo Conselho Superior Universitário (Consun) da Unir, em Ji-Paraná, na tarde desta quarta-feira, 17,

Adalberto conta que foi membro da comissão que instituiu o plano de extinção do curso na cidade, juntamente com os professores Allysson Viana Martins e Maíra Bittencourt. A transferência iniciou numa discussão há quase de um ano e meio , inclusive esta foi à terceira tentativa de levá-lo para capital.

MOTIVAÇÕES

De acordo com Colferai, houve diversos fatores que contribuíram para a decisão,  destacando a clara diminuição do interesse pelo curso. “A procura estava cada vez menor. Antes havia entre sete e oito na disputa por uma vaga, mas nas últimas duas chamadas haviam dificuldades para o preenchimento das vagas ofertadas”, disse.

Ele pontuou  os altos índices de evasão, tendo como exemplo o primeiro e segundo semestre onde a porcentagem de saída de alunos chegou a 40%. “Chegavamos à metade do primeiro ano com menos de trinta alunos matriculados. Isso acendeu um claro sinal de alerta”, explicou.

Outro ponto foi a implementação das novas diretrizes curriculares para os cursos de jornalismo que foram efetivadas em 2015. Ou seja, foram acrescentadas novas atividades e melhorado o currículo acadêmico, o que gerou um novo transtorno, pois o estágio passou a ser obrigatório.

O professor disse que Vilhena, por ser de médio porte, não tem condições de dar o suporte necessário  previsto nas diretrizes, onde a cada cinco jornalistas formados ou registrados no sindicado deverá receber um aluno.

“Diante da escassez de jornalistas formados ou registrados no sindicato, tivemos que adaptar para cumprir o currículo, o que ficou quase seis alunos para um jornalista. Claramente podemos notar a precarização daquilo que prevê o estágio”, analisou.

Outro elemento que também pesou na decisão, segundo o professor, foi a qualificação do corpo docente. “Hoje quase que a totalidade de professores são doutores. Tais educadores são pesquisadores e podem atuar em pós-graduações, o que gera a oportunidade de apresentar um plano de criação de um mestrado em comunicação”, explanou.

Campus da Unir de Vilhena

AÇÕES CONTRÁRIAS A MUDANÇA

O professor relata que assim que foi decida a questão, os alunos foram informados. “Redigimos uma carta com os motivos, reunimos os discentes no auditório e expulsemos o caso. Tudo está registrado. Como era de se esperar houve ações contrárias junto à comunidade para evitar que a instituição perdesse um curso, mas foi resolvido rapidamente. Gosto de lembrar que essa decisão foi tida em conjunto, foi um processo aprovado no departamento e no conselho institucional. Tudo de forma clara e democrática”, esclareceu.

SOBRE A EXTINÇÃO

Na prática, o curso segue sendo transferido. Isso porque formalmente não existe esse tipo de caso junto ao Ministério de Educação (MEC). É preciso que um seja extinto, para que o outro seja criado.

Colferai afirma, ainda, que todo o equipamento será deslocado para a capital, à medida que se torne desnecessário para o campus de Vilhena.  “Em Porto Velho há uma estrutura prévia que será melhor aproveitada pelo curso, assim como maior oferta de empresas de comunicação para os estágios”, enfatiza.

O professor disse também que o curso só será extinto de Vilhena quando o último aluno concluir a graduação. Isto porque a legislação prevê que, além do tempo normal da graduação, deve ser ofertado 50% a mais do tempo, o que fará com que ele permaneça até 2022. “Diferente do que foi dito pelos corredores da instituição, os alunos que estão cursando não serão prejudicados, e concluirão sua graduação”, completa.

Na capital, a previsão é de que o curso seja aberto no inicio de 2020, com a transferência de docentes a partir de 2019.

NOVOS CURSOS

Embora a comunidade já tenha solicitado várias opções de cursos como medicina, direito e agronomia, Colferai explicou que ainda não está decidido qual curso substituirá jornalismo no campus de Vilhena. Mas a expectativa é de que seja um curso que possa ser absorvido pela sociedade. “Acredito que, devido à constituição social e econômica de Vilhena, algo voltado para agronegócio seria viável”, encerrou.

 

 

Texto: Extra de Rondônia

Fotos: Extra de Rondônia

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