A frustração de ver o recuo inesperado do governador Confúcio Moura foi tão grande que Daniel atacou o chefe da Casa Civil e uma assessora direta do governador. Também revelou que um site de notícias de Porto Velho, “bancado com o dinheiro público e que tem servidores do Estado no comando”, divulgou, em primeira mão, o recuo de Confúcio em deixar o Governo.

O vice-governador de Rondônia, Daniel Pereira (PSB), que viu, de uma hora para outra, sua pré-candidatura ao Governo ruir, demonstrou que já sabia, em primeira mão, dos grampos clandestinos instalados para gravar o presidente da Assembleia Legislativa, Maurão de Carvalho (MDB), e o deputado estadual Jesuíno Boabaid.

Em entrevista ao jornalista Arimar Souza de Sá, na TV Gazeta, Daniel repetiu, diversas vezes, que as pessoas deveriam ficar atentas às redes sociais porque estava para ser divulgado o motivo pelo qual o governador Confúcio Moura decidiu voltar atrás, exonerar todas as pessoas indicadas pelo vice para o DER e Comando Geral da PM, desistir de ser candidato ao Senado e  não mais apoiá-lo para o Governo.

Daniel se referia a um áudio gravado clandestinamente, supostamente por setores do Governo, não se sabe se por pessoas ligadas a ele, no qual os deputados Maurão de Carvalho  e Jesuíno Boabaid falam num possível impeachment de Confúcio e na abertura de CPI para investigar escândalos de corrupção no Governo, caso o chefe do Executivo insistisse em deixar Daniel Pereira no comando do Estado.

A transcrição do áudio e a própria gravação vieram a público quase que simultaneamente a entrevista do vice-governador ao jornalista Arimar, às 18 horas desta segunda-feira, na TV Gazeta.

Embora seja advogado e saiba que se trata de uma escuta clandestina, feita sem autorização judicial, Daniel prometeu pedir que o material seja periciado e entregue à Polícia Federal, Ministério Público, Tribunal de Justiça e Ministério da Justiça.

A frustração de ver o recuo inesperado do governador Confúcio Moura foi tão grande que Daniel atacou o chefe da Casa Civil e uma assessora direta do governador. Também revelou que um site de notícias de Porto Velho, “bancado com o dinheiro público e que tem servidores do Estado no comando”, divulgou, em primeira mão, o recuo de Confúcio em deixar o Governo.

Na entrevista, Daniel Pereira disse que o governador Confúcio Moura havia lhe dito que deixaria o governo no próximo dia 12 deste mês. Daniel foi para Brasília e retornou domingo à noite e se disse surpreso com os decretos revogando as nomeações feitas por indicação dele para o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) e a cúpula da PM.

“Estas pessoas exoneradas não mereciam passar por isso. Talvez a sociedade saiba os motivos nas próximas horas”, disse Daniel, sem citar diretamente os grampos clandestinos plantados na Assembleia Legislativa de Rondônia.

Sobre o conteúdo das gravações, que ele demonstrou já conhecer de antemão, Daniel disse que é uma forma medieval de se fazer política. Ele se referia à conversa entre Maurão e Jesuíno, na qual os dois parlamentares falam até em afastar o governador Confúcio Moura caso ele insista em manter Daniel no comando do Estado.

O vice-governador disse ainda que, ao ser convidado pelo governador Confúcio para ser candidato ao Governo, este tentou indicar Wagner Luiz de Freita para seu vices, o que foi prontamente recusado por Daniel. “Informei ao governador que já tinha um compromisso com o senador Acir Gurgacz (PDT)”. Acir foi condenado a mais de quatro anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal por desvio de recursos de um empréstimo feito pelo Basa à sua empresa, a Eucatur, e, com a ficha suja, está fora da disputa eleitoral.

“Eu estava preparado para assumir o Governo no próximo dia 12, mas já já você vai ficar sabendo” porque a situação mudou, disse o vice ao jornalista Arimar Sá, dando a entender que Confúcio voltou atrás porque foi pressionado pelos deputados estaduais. Para o vice, faltou força e capacidade de resistência ao governador.

Demonstrando revolta com a exoneração de seus indicados, Daniel Pereira citou o caso do escândalo da ponte que está sendo investigado pelo Ministério Público e que resultou no bloqueio de R$ 18, 5 milhões dos envolvidos, entre eles, o ex-diretor geral do DER, Ezequiel Neiva, que saiu do órgão. O cargo foi ocupado, durante poucos dias, por Josafá Marreiro, indicação de Daniel.

Em determinado momento da entrevista, Daniel citou diretamente o grampo clandestino plantado na Assembleia Legislativa. Na gravação, segundo ele, Jesuíno e Maurão aparecem tramando um pacote de maldades para pressionar e constranger o governador a permanecer à frente do Executivo.

“Vou mandar este áudio para periciar. Já enviamos a gravação para o Ministério Público e Tribunal de Justiça de Rondônia. Vou comunicar a Polícia Federal e o Ministério da Justiça”, prometeu o vice.

Logo em seguida, ele voltou suas baterias para os assessores mais próximos de Confúcio, a quem acusa de plantarem informações falsas para dar conotação de que  a instabilidade política no Governo foi criada pelo vice.

“O chefe da Casa Civil é um deles”, disse Daniel, para logo em seguida acrescentar que a notícia sobre o recuo do governador saiu no sábado num site mantido por funcionários do Governo e bancado com dinheiro do Estado. Ele disse que a notícia publicada no site faz ilações de que ele seria o responsável pela mudança de planos de Confúcio Moura.

“Eu fui deputado estadual e nunca fiz CPI para ameaçar ninguém. Ameaçar fazer CPI para tirar proveito eleitoral é inaceitável”, disse o vice, referindo-se à conversa de Maurão e Jesuíno, que viria a público momentos depois.

Perguntado se as relações dele com o governador tinham azedado, Daniel respondeu: “Não posso fingir que está tudo bem. Quero que o governador venha a público explicar porque fez isso”.

Para Daniel, o presidente da Assembleia, Maurão de Carvalho, foi quem liderou este processo de instabilidade política a fim de tirar proveito eleitoral. “O Confúcio precisa explicar à sociedade que eu não sou um aloprado”, enfatizou.

“Bastava ele ter me enviado um WhatsApp me convidando para tomar um café e explicar tudo, pois sempre estive ao lado dele, inclusive quando o governador foi levado coercitivamente para depor na Polícia Federal e todos os palacianos desapareceram. Um deles, nesta ocasião, foi parar na Bahia . Quando tivemos o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral, também fiquei ao lado de Confúcio”.

Voltando a Emerson Castro, o vice disse que este, juntamente com uma tal Rosana, assessora estratégica de Confúcio, parece que tem alguma coisa a proteger no Governo, por isso receariam sua posse no Comando do Estado, e mandou um recado: “Se eu pegar alguém roubando, chamo a polícia; não escondo picaretas”.

Ao acusar os deputados Jesuíno e Maurão de tramarem uma chantagem contra o governador, Daniel Pereira não descartou um impeachment contra Confúcio. “Trata-se de um processo político (o afastamento do cargo). Até o Confúcio se explicar na justiça, já acabou o mandato”.

Em tom de lamúria, ele ressaltou:  “Não faço a menor idéia de como vai ficar nossa relação daqui para frente. Espero que ele tenha a delicadeza de me chamar para uma conversa. Estou sendo tratado de forma inadequada”.

Fonte: Tudorondônia

Foto: Extra/Arquivo

 

sicoob

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