Foto: Ilustrativa

Não há, ao menos por enquanto, novidades positivas sobre o reasfaltamento de todo o trecho da BR 319. Neste momento, a situação está como sempre esteve, nos últimos 25 anos pelo menos: a decisão de realizar a obra existe e os recursos também, mas quem decide sobre a questão são dos órgãos ambientais, muitos deles estrangeiros, com o aval de grande parte do Ministério Público Federal e de parte também importante do Judiciário.

O acordo de Manaus, feito no ano passado, em que todos os órgãos (inclusive o MP e Judiciário), concordaram em que a obra fosse feita, com todos os cuidados com o meio ambiente, foi só mais um ato de enganação, já que, neste momento, não há autorização alguma para que seja refeito e asfaltado o famigerado trecho do meio, de cerca de 450 quilômetros, o pior de todos, nos quase 900 quilômetros da rodovia, único meio de ligação, por terra, de Porto Velho e o resto do Brasil com Manaus.

Quando tudo parecia definido para salvaguardar os interesses maiores de milhões de amazônidas, que seriam beneficiados com a rodovia em perfeitas condições, surgem novas exigências do Ibama e ações do MPF, impedindo que sequer se planeje a reconstrução do temido trecho do meio, já a partir de 2022. Mesmo que o presidente da República e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, tenham prometido; mesmo que o Congresso – o senador rondoniense Acir Gurgacz é um dos líderes do movimento –  tenha dado aval à obra, ela independe da vontade de nossos líderes e da classe política. Todos sabemos quem manda na Amazônia. E a maioria dos que mandam, não fala Português!

O que há de concreto, então? Apenas um pequeno trecho da 319, chamado de Lote C, com 52 quilômetros, pode ser asfaltado agora. As obras serão de repavimentação e de reconstrução, entre os quilômetros 198 e 250. Já estão asfaltados e em boas condições mais dois trechos. Um que liga Porto Velho a Humaitá, de 198 quilômetros.

Outro, próximo a Manaus, de pouco mais de 195 quilômetros. Com mais os 52 que estão em andamento, a rodovia terá, então, totalmente reasfaltados, perto de 450 quilômetros. Os demais 445 quilômetros, do caminho do meio, aqueles piores, só Deus sabe quanto poderão (e se poderão!) um dia serem tocados. Não importa se o Dnit e o Ministério da Infraestrutura dizem que vão transformar as obras da BR 319, numa referência mundial em gestão ambiental.

Os interesses estrangeiros, apoiados por ingênuos que acreditam que eles querem apenas ajudar nosso país e por outros grupos ideológicos, são muito maiores. E ainda com aval do MPF e de parte do Judiciário, a tendência é que a ligação de Porto Velho com Manaus, por uma 319 toda asfaltada, demore muitas décadas, ainda, para ser realmente concluída. Não há forças maiores do que os grandes interesses financeiros, políticos e ideológicos em jogo!

NÚMERO DE ÓBITOS: SALTO NESTE ANO, SOBRE O ANO PASSADO

Um dia, há uma luz no fim do túnel. Um rasgo de esperança. No outro, tristeza, lágrimas, o chão que afunda. É assim que está a situação da pandemia em Rondônia. Nestes primeiros 100 dias de 2020, tivemos os piores números de todo esse mais de um ano da pandemia. Nesta semana, um dia em que houve 39 mortes, se imaginou que a crise poderia estar passando, porque os óbitos teriam caído mais de 40 por cento em poucos dias.

Só ilusão! No dia seguinte, tivemos 51 mortes; no outro 49; no outro 41. Na sexta diminuiu um pouco, com 31 óbitos. Até o Boletim 385, da sexta, tínhamos nada menos do que 4.495 mortes. Com os números de sábado, já estamos caminhando para bem mais de 4.500. Do total de casos registrados em Rondônia, o percentual de mortes já bate nos 2,3 por cento. Muito mais do que os 1,8 ou 1,9 que atingimos no pior momento da crise no ano passado. Só na primeira centena de dias deste 2021, os registros apontam 2.673 vidas perdidas até esta sexta.

Esse número representa um aumento de 48 por cento de mortes neste início do ano, em relação a 2020. O número de óbitos foi de 1.822 durante todo o primeiro ano da pandemia. A partir da segunda semana de janeiro, quando começaram a chegar as primeiras vacinas, já recebemos um total de 292.958 doses, das quais, ainda faltando os números do sábado, 134.952 (1ª dose) e outras 55.518 (2ª dose), num total de 190.470 vacinas. Das 102.488 doses que sobraram, pelo menos a metade ainda está reservada para a segunda dose. Mas e as outras mais de 51 mil? Essas ainda não foram aplicadas pelas prefeituras. Espera-se que o sejam com urgência!

POR QUE A ANVISA PROIBIU LOTES DA IVERMECTINA NAS FARMÁCIAS?

Redes de farmácias de Porto Velho receberam, nesta final de semana, documento com as Resoluções 1.387 e 1.388 da Anvisa, que determinaram o bloqueio, para vendas, de vários medicamentos, incluindo a Ivermectina, que tem sido muito usado no tratamento precoce da Covid 19 e, no geral, com resultados muito positivos. Foi uma surpresa tão grande, a nova medida, que o superintendente interino da Anvisa em Rondônia, Edilson Batista da Silva, afirmou à imprensa que não sabia de nada sobre a proibição.

Consultou ainda escalões superiores do órgão,  que também negaram a medida. Mas ela existe sim. Além da Ivermectina, foram proibidos vários outros medicamentos produzidos pelo laboratório  Vitamec, como Algy Flandereil, Cecoflan, Miocardil e outros. O laboratório disse em nota que foram bloqueados apenas alguns lotes de medicamentos que ainda não haviam sido aprovados pela Anvisa, mas que o problema estava sendo resolvido. Ué, mas a Ivermectina, usada há anos, também não foi aprovada? Qual o mistério por trás desta proibição? Tem boi na linha…

RECEBEMOS QUASE 293 MIL DOSES. VACINAÇÃO PRECISA ACELERAR

Desde janeiro e até este final de semana, Rondônia já recebeu onze lotes de vacinas, totalizando 292.958 doses, a grande maioria delas da Coronavac, mas um número que vem aumentando, também da Oxford/Astrazeneca. Com exceção das cerca de 80 mil que chegaram nos últimos dois lotes, todas as anteriores tiveram que ser divididas em duas doses. Considerando uma população aproximada de 1 milhão e 750 mil habitantes (embora números oficiais do IBGE indiquem um pouco menos), o total de vacinas que já chegaram ao Estado representa um percentual de 16,7 por cento de todos os rondonienses.

O que está ocorrendo de negativo, ainda, é que a maioria das Prefeitura não está dando celeridade ao processo de vacinação. Há algumas que apresentam resultados perto do ridículo, embora uma minoria já tenha aplicado 100 por cento das doses que recebeu. O que há agora é necessidade de se acelerar o processo. Quanto mais cedo aplicarmos todas as doses, mais poderemos pressionar o Ministério da Saúde para nos enviar mais e mais vacinas. Cobrado recentemente pelo número ainda pequeno de doses que enviou a Rondônia, pela deputada federal Mariana Carvalho, porta voz do MS refutou, dizendo que não conseguimos sequer aplicar as vacinas que já estão aqui e queremos pedir mais?

NÃO É SÓ A PANDEMIA: TRÂNSITO TAMBÉM CONTINUA MATANDO

Enquanto o único assunto é pandemia, a gente acaba esquecendo que há outros graves problemas ocorrendo ao mesmo tempo, sem que a gente se dê conta. Um deles é o trânsito. Praticamente todos os dias desta semana que passou, tiveram registros de mortes nas rodovias e nas cidades rondonienses.

Na quarta-feira, por exemplo, dois irmãos morreram num acidente na BR 364, quando viajavam de Ariquemes, onde moravam, para Vilhena. A camioneta em que viajavam caiu numa ribanceira, próximo ao distrito de Guaporé. Uma terceira vítima está hospitalizada em estado grave. No mesmo dia, também na BR 364, mas próximo à balança desativada do Dnit em Ouro Preto do Oeste, outra vítima fatal. Pai e filho estavam numa moto que bateu numa moto.

O pai morreu. O filho está internado em Porto Velho, no João Paulo II, com graves ferimentos. Já nesta última quinta-feira, outro acidente fatal, dessa vez em Ji-Paraná. Um motociclista, que andava em velocidade muito alta, atravessou uma avenida sem qualquer cuidado e bateu noutra moto. Foi jogado a mais de 60 metros e morreu na hora. Quatro vidas perdidas no trânsito maluco em apenas três dias. Lamentável!

O ATIVISMO JUDICIAL DURANTE A MAIOR CRISE DA SAÚDE NO PAÍS

Não é mais possível esconder o ativismo judicial no PSTF, o Partido do Superior Tribunal Federal, o mais poderoso do país, mesmo tendo apenas onze membros. Sob as togas, que deveriam ser sagradas em defesa da verdadeira Justiça, a maior parte dos ministros toma uma decisão política sobre a outra, quando não pisoteiam a Constituição, como fez recentemente o ministro Alexandre Moraes, sob assustador apoio de seus pares.

Magistrados do país inteiro vivem envergonhados, ao assistirem o que a maior Corte decide, sempre contra o governo, mas, mais que isso, contra o Brasil. A nova decisão, monocrática, do ministro Luís Roberto Barroso de exigir uma CPI contra o governo, no caso da pandemia, é absurda, é um atentado contra o país e é uma porta escancarada para mais uma crise, que é, ao que parece, que quer a grande maioria dos membros do tribunal, em parceria com partidos de oposição, todos ainda inconformados de terem levado uma surra nas urnas.

Embora tenha sido uma decisão pessoal, Barroso só a tomou depois de consultar seus colegas, ou seja, teve o aval para que, no meio da maior crise da saúde pública, desse munição aos seus amigos oposicionistas, porque, agora, a prioridade para eles é não permitir a reeleição de Bolsonaro. Infelizmente, para eles, essa possibilidade se torna cada vez mais concreta, mesmo com tudo o que estão fazendo.

NAZIF E EXPEDITO NETTO DISSERAM NÃO À COMPRA DE VACINAS POR EMPRESAS

Nesta semana, a Câmara Federal aprovou, por enorme diferença de votos, autorização para que empresas possam comprar vacinas e as use para imunizar funcionários, familiares e amigos dos empresários. A exigência é que metade das doses adquiridas, sejam doadas ao SUS, para distribuição gratuita à população. Falta ainda o aval do Senado, o que pode acontecer nos próximos dias e onde também não se espera dificuldade para a aprovação.

A partir disso, restará apenas a sanção do presidente da República. No geral, apenas os partidos de esquerda votaram contra a compra, o que é algo que parece inacreditável, mas é real. Na poderosa bancada do PT, apenas um dos petistas votou pelo Sim, a favor do projeto. PSOL e PC do B votaram contra por unanimidade.

Outros partidos de esquerda se dividiram. Dos oito membros da bancada federal rondoniense, seis parlamentares (Lúcio Mosquini, Jaqueline Cassol, Mariana Carvalho, Silvia Cristina, Coronel Chrisóstomo e Léo Moraes) votaram pelo Sim. Votaram ao lado da esquerda, contra a autorização para a compra de vacinas por empresas, Mauro Nazif e Expedito Júnior.

BRASILEIROS E BOLIVIANOS VIVEM CRISE DA COVID TAMBÉM NA FRONTEIRA

Brasileiros e bolivianos, na fronteira, estão também vivendo dias muito difíceis. A pandemia atingiu Guajará Mirim com muita força. Até a sexta-feira, por exemplo, 5.075 casos e 181 mortes. O número de vacinados é ainda muito pequeno. No lado de lá, a situação parece ser pior ainda. Em Guayaramerín, o sistema de saúde está em colapso, a tal ponto de a prefeita da cidade, Helen Gorayeb, teve que pedir socorro ao governo central, em La Paz, tal a situação em que sua cidade se encontra.

Com os dois lados da fronteira sob grande risco, o governo da Bolívia decidiu ampliar por pelo menos uma semana o fechamento parcial da fronteira. O ir e vir entre os dois países, na fronteira de Rondônia com Guayaramerín, fica restrita a apenas quatro horas por dia em que pessoas podem passar de um lado para outro. Mesmo com a chegada de 40 brigadistas, 21 médicos, 20 mil vacinas, novo lote de medicamentos, oxigênio e quase 14 mil testes de Covid enviados à região de fronteira pelo governo boliviano, a crise ainda é grande. Do lado de cá, a vacinação ainda anda em passos lentos. A situação não está nada boa tanto do lado de lá quanto do lado de cá…

PERGUNTINHA

Na sua opinião, os ministros do STF estão agindo com isenção e cumprindo as normas constitucionais em relação às suas decisões ou eles estão praticando o  ativismo judicial, como denunciou o presidente Bolsonaro?

sicoob

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