Roberto Jefferson e Bolsonaro / Foto: R7.com

Com a prisão de Roberto Jefferson realizada na manhã desta sexta-feira, 13 de  agosto pela Polícia Federal, por determinação do ministro Alexandre de Moraes,  é a demonstração clara de que o STF, em especial o ministro Moraes declara  guerra aos bolsonaristas de frente ao presidente. 

Roberto Jefferson ficou nacionalmente conhecido como o delator do mensalão  do PT, durante o governo Lula (2003 e 2005) e, desde então, tornou-se inimigo  declarado da esquerda e principalmente do PT. Aliou-se ao presidente Jair  Bolsonaro em 2018 quando o partido que ele preside, o PTB, declarou apoio total  à candidatura de Bolsonaro à Presidência da República. 

O ex-deputado federal seguirá para a Superintendência da Polícia Federal,  localizada na região portuária da cidade. Jefferson foi detido pela Polícia Federal  na manhã de hoje, na casa dele, localizada no município do interior do Rio de  Janeiro, Comendador Levy Gasparian.O ministro Alexandre de Moraes diz existir ‘reiteração gravíssima’ de crimes do  político e liga Jefferson a ‘núcleo político’ responsável pelo suposto  financiamento e disseminação de notícias falsas, razão pela qual sua prisão foi  determinada. 

“O representado pleiteou o fechamento do STF e a cassação imediata de todos  os ministros para acabar com a independência do Poder Judiciário, incitando a  violência física contra os ministros, porque não concorda com os seus  posicionamentos”, enfatizou Alexandre de Moraes. 

O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou hoje ser contrário à  prisão do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson (RJ), classificando  ainda a ação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de  Moraes como “censura à liberdade de expressão”. Ainda segundo Aras,  diferentemente do que afirmou à Folha, houve manifestação da PGR no tempo  oportuno antes da prisão preventiva. 

O ex-ministro do STF, Marco Aurélio criticou a prisão de Roberto Jefferson sem  o parecer da PGR no início da tarde desta sexta-feira. 

Em respeito ao sigilo legal, não serão disponibilizados detalhes do parecer, que  foi contrário à medida cautelar, a qual atinge pessoa sem prerrogativa de foro  junto aos tribunais superiores. O entendimento da PGR é que a prisão  representaria uma censura prévia à liberdade de expressão, o que é vedado pela  Constituição Federal”, disse Augusto Aras, em comunicado.

Além da prisão preventiva, Moraes também determinou a busca e apreensão de  armas e munições de propriedade de Roberto Jefferson “bem como de  computadores, ‘tablets’, celulares e outros dispositivos eletrônicos”. 

O vice-presidente General Hamilton Mourão disse que as críticas de Jefferson  foram pesadas em alguns momentos, porém a prisão é ilegal: “O ex-deputado  faz críticas que você pode colocar como pesadas. Se o camarada se sente  ofendido, acho que ele tem que buscar o devido processo. O ministro Alexandre  de Moraes tem uma certa prerrogativa aí. Então, essa história de mandar prender  é meio complicada”, disse em conversa com jornalistas. Jefferson foi preso pela  manhã. 

Moraes disse aos ministros do STF, incluindo o presidente da Corte, Luis Fux  que ” a possível organização criminosa) tem por um de seus fins desestabilizar  as instituições republicanas, principalmente aquelas que possam contrapor-se  de forma constitucionalmente prevista a atos ilegais ou inconstitucionais, como  o STF e o próprio Congresso Nacional. O Presidente do STF não foi consultado sobre a prisão de Roberto Jefferson. 

Roberto Jefferson antes de ser levado à prisão escreveu em seu Twitter: “A  Polícia Federal foi à casa de minha ex-mulher, mãe de meus filhos, com ordem  de prisão contra mim e busca e apreensão. Vamos ver de onde parte essa  canalhice”, escreveu o ex-deputado, que mais tarde teve a conta retirada do ar,  também por ordem de Moraes.

sicoob

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