Humberto Lago

Uma de nossas empresas começou o ano de 2022 animada porque as receitas de dezembro foram boas, porque sua atuação diante da concorrência foi adequada, porque os resultados se comportaram conforme esperado.

Dessa forma, ela deve dar continuidade ao seu plano de negócios para o corrente ano.

Muitos gostariam de afirmar o mesmo, porém estão impossibilitados, por diferentes razões, uma vez que o mercado influencia cada player de modo distinto. Creio que a maioria das empresas trabalhou duro, ao longo do ano passado, porém não possível exibir o mesmo sorriso e a sensação de vitória.

A experiência tem me ensinado muitas lições. É preciso analisar com cuidado os dados do ano de 2021, porque ele trouxe de volta o ingrediente inflação. Devemos estar atentos para não fazer interpretações equivocadas dos resultados obtidos, nem tirar conclusões precipitadas.

O ano passado foi caracterizado por um salto enorme e diversificado de preços, o que provocou o crescimento incomum das receitas empresariais. Por outro lado, a necessidade de capital de giro das empresas cresceu sobremaneira, de uma hora para outra. Aquelas que são capitalizadas estão mais tranquilas; porém as que estão endividadas precisam se preparar para as novas demandas.

Numa outra empresa local, as vendas anuais cresceram 45% sobre o ano anterior. Contudo, o crescimento físico foi de apenas 1,7%. Ou seja, o aumento das receitas se deveu a um crescimento dos preços médios da ordem de 50%. Em outras palavras, o crescimento real de suas vendas foi de fato 1,7% ao ano e não de 45% como registrado na contabilidade! Portanto, há uma diferença brutal entre um e outro número.

Por todos esses motivos, é requerido de nossos empresários e gestores um acompanhamento meticuloso e sistemático dos volumes de vendas em unidades. Esse é o melhor e mais apropriado indicador da evolução de suas receitas operacionais.

Outra forma de acompanhar o avanço das vendas é convertendo-as de reais em uma moeda forte, como o dólar. Esse exercício é muito interessante porque nos educa a pensar e agir, planejar e avaliar com critério técnico. Quando feito isso, o lucro contábil cai consideravelmente, como também seus ativos.

Imagine uma empresa cujos ativos totais importam em R$ 10 milhões. Considerando uma inflação mensal de 2,5% ela teria uma perda monetária mensal de R$ 250.000 ou R$ 3 milhões ao ano. Estes números são desafiantes! Não podemos ser insensíveis ao clamor dos números.

Você sabia disso? Como sua firma tem se protegido da erosão monetária mensal?

A crueldade da inflação pode levar muitos a gerarem um lucro significativo; a pagarem imposto de renda sobre ele, sendo que tal lucro, as vezes, serve em boa parte para cobrir as perdas monetárias da operação. Pense nisso enquanto lhes digo até a semana que vem.

sicoob

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